Trabalhadores cristãos reflectiram sobre o futuro do emprego
Só com uma aposta muito forte na imposição da obrigatoriedade às empresas e os trabalhadores de promoverem e participarem em acções de formação profissional é que pode ser encontrada uma solução para os altos índices de desemprego no país e, em concreto, no Vale do Ave. Esta é uma das conclusões do sociólogo Manuel da Silva e Costa, que falou do futuro do emprego na diocese de Braga aos participantes num colóquio promovido pela Liga Operária Católica/Movimento dos Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC).
Apesar do cenário actual mostrar uma taxa de desemprego elevada, o sociólogo apelou aos presentes que não perdessem a esperança e apontou que os dinamismos que poderão permitir a saída da crise “residem ao nível das políticas, da organização industrial e na requalificação da mão-de-obra”.
“Os nossos governantes não podem brincar com a educação” - avisou Manuel da Silva acrescentando a necessidade de se “apostar radicalmente” na educação e formação do mercado de trabalho nacional, pelo menos, durante os próximos 30 anos. Por outro lado, o conferencista lembra que o país e mais concretamente o Vale do Ave tem de enveredar por uma “necessária e acelerada diversificação do tecido empresarial” e avisa que, mesmo com uma total reconversão dos têxteis, este é um sector que vai emagrecer.
No que se refere à reconversão da mão-de-obra, o sociólogo adverte que não se pode ficar apenas pelo esforço da reconversão profissional dos actuais licenciados desempregados. E recomenda que a mesma reconversão seja alargada aos demais desempregados e população activa. Isto porque, “hoje, da forma como está o mercado de trabalho, todos somos potenciais desempregados” - alertou.
Alertando para a necessidade de uma “reconversão urgente e a grande velocidade” da mão-de-obra nacional, Manuel da Silva e Costa espera que o Governo e a própria população se convençam que têm de apostar decididamente na revalorização. Para exemplo, o conferencista indicou que, em 2003, cerca de 34 por cento dos trabalhadores da Suécia participaram em acções de formação profissional.