Ao reflectir sobre a actual situação social e laboral do país, os membros da Equipa Nacional da Liga Operária Católica / Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) constataram que no ano de 2003 “se verificou um forte agravamento das condições de vida dos trabalhadores e suas famílias” – refere o comunicado final deste encontro, realizado em Coimbra, dias 10 e 11 de Janeiro, e subordinado ao tema “Um mundo novo é possível”. Um dos sinais “preocupantes dessa situação de crise social” continua a ser o desemprego que entre 2001 e 2003 sofreu “um aumento superior a 50%, atingindo no final de 2003 mais de meio milhão de pessoas”. A situação torna-se ainda “mais preocupante” se tivermos em conta que, segundo dados do INE, “desse meio milhão só cerca de 20% recebem subsídio de desemprego” – adianta o comunicado da LOC / MTC saído da reunião da Equipa Nacional.
O desemprego estrutural, bem como “a generalização dos contratos a termo”, constituem a principal “causa de precariedade e desagregação das famílias, hipotecando sobretudo o futuro das novas gerações”. Como movimento de trabalhadores cristãos “sentimos que as realidades referidas estão em contradição com o Evangelho e os princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja” – refere o documento. Situações que o “nosso olhar de fé” impele a LOC /MTC a ser sensível “à situação de medo e insegurança que atinge o conjunto dos trabalhadores que se querem libertar”.
No seguimento de acções desenvolvidas com imigrantes, a LOC/MTC referiu também os dramas que muitos deles vivem, “pela falta de documentação e pela exploração de que continuam a ser vítimas”. A situação de desemprego que se vive no país “não é devida à concorrência desses imigrantes, não podendo essa circunstância servir de álibi para a não aprovação de medidas legislativas com vista à legalização daqueles que pagam impostos e descontam para a Segurança Social” – denuncia.
Neste limiar de mais um ano, a LOC/MTC reafirma o seu propósito de agir para que, na busca de caminhos e “condições para uma sociedade mais justa e próspera, o ser humano esteja sempre no centro” – finaliza o documento final.