Nacional

Hospitaleiras condecoradas pelo Presidente da República

Luís Filipe Santos
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Mas pedem mais apoios estatais

As Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus foram condecoradas pelo Presidente da República, Jorge Sampaio. Em declarações à Agência ECCLESIA, a Irmã Isabel Morgado, Directora da Clínica Psiquiátrica de S. José, em Lisboa, referiu que tinha “mais sentido um verdadeiro apreço das instituições a nível da saúde mental”. As Instituições das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus “não estão inseridas na rede dos cuidados porque o poder político ainda o não quis até hoje” – revelou. Ao nível do significado para os colaboradores, voluntários e próprios doentes, a Irmã Isabel Morgado realçou que o «prémio» tem “alguma importância e significa algum reconhecimento”. E adianta: “o reconhecimento necessário para as instituições poderem ampliarem o seu âmbito de acção não está reconhecido”. Esta clínica - fundada em 1956 – está a celebrar o cinquentenário de nascimento. Uma obra que tem “evoluído” e “radicalmente nova”. Em relação ao futuro, a clínica teria “mais possibilidades de se projectar se fosse um projecto integrado” – lamenta a Irmã Isabel Morgado. E continua: “só temos apoio a nível de internamento”. Actualmente, a saúde mental aponta para estruturas na comunidade e “isso está-nos vedado”. Os acordos são de 1983 e estão “totalmente desfasados”. Apesar deste ano existir uma tentativa de dar à saúde mental “alguma projecção”, esta continua a ser “o parente pobre da saúde”. Perante esta situação, os projectos para o futuro têm “algumas condicionantes”. Qualquer entidade ligada à saúde “não pode desenvolver-se arbitrariamente” porque “tem que existir apoios para efectivar a intervenção” – confessa a directora. Com doze centros, as Irmãs Hospitaleiras continuam a apostar no auxílio aos mais desprotegidos nesta área. “Nós não paramos. Tal como não pararam os fundadores, nós também não paramos” – disse. E concluiu: “sinto que a pedopsiquiatria é uma necessidade na cidade de Lisboa”. Comunicação da Superiora Provincial quando recebeu a condecoração «Cumpre-me agradecer em nome dos doentes, seus familiares, colaboradores, voluntários e irmãs, esta distinção que muito nos honra. Quero, na simplicidade das palavras, expressar a garantia comprometedora de que como família hospitaleira ao serviço da população portuguesa nos manteremos atentos às suas necessidades na área da saúde mental que nos compete apoiar. Pela força do carisma, que a todos mantém unidos na fidelidade às origens, continuaremos a conjugar na alegria de servir, fé e ciência, defendendo políticas respeitadoras de forma clara e consistente a inviolável dignidade da pessoa na sua inclusão e diversidade».


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