Nacional

Igreja aposta na valorização dos bens culturais

Nuno Rosário Fernandes
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Protocolo assinado com IPCR ajuda dioceses

A Igreja em Portugal está empenhada na recuperação e salvaguarda dos seus bens culturais. Recentemente foi assinado um protocolo de cooperação entre o Instituto Português de Conservação e Restauro (IPCR) e o Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja (SNBCI), “um instrumento de colaboração que oferece às dioceses portuguesas a possibilidade de promoverem um conjunto de acções formativas para os responsáveis locais do património, com o objectivo de sensibilizar para a preservação preventiva”, explicou à Agência ECCLESIA, o Pe. Nuno Aurélio, Director do SNBCI. Este protocolo de cooperação prevê, para além de Acções de Formação e de sensibilização no âmbito da conservação e restauro do património cultural religioso, a realizar nas dioceses que o solicitarem, a prestação de consultoria científica e técnica no âmbito das intervenções de preservação, conservação e restauro, e ainda o apoio na “elaboração da Parte Técnica de Cadernos de Encargos e a apreciação de propostas de intervenção”, refere o texto do acordo assinado entre o Estado e a Igreja. Segundo o Director do SNBCI este “acompanhamento é necessário, quando se quer fazer alguma intervenção na linha da recuperação do património, para que seja possível saber que determinada proposta do Caderno de Encargos está adequada à comunidade a que se destina, e os custos são também adequados e justos”, disse. O mesmo aconselhamento técnico e até de ordem científica justifica-se “para uma correcta intervenção” no objecto em causa, acrescentou ainda o Pe. Nuno Aurélio. Após a assinatura deste protocolo, no dia 18 de Novembro, o SNBCI fez chegar às dioceses a devida informação sobre esta ajuda disponibilizada, um apoio que começa a ter o seu aproveitamento na Arquidiocese de Évora. O Presidente da Comissão dos Bens Culturais daquela Arquidiocese, Pe. Fernando Marques, anunciou para breve a realização de umas das acções de formação e sensibilização previstas no protocolo com o IPCR, acções que podem incidir sobre as temáticas da Preservação da Pintura, Escultura, Metais, Mobiliário, Têxteis, entre outros. “A diocese de Coimbra também já beneficiou deste apoio do IPCR” – disse o Pe. Nuno Aurélio – mas num período que antecedeu a assinatura deste protocolo”, frisou. Assim, para usufruir deste instrumento as dioceses podem contactar directamente o IPCR mas, o SNBCI manifesta-se também disponível para servir de intermediário nestes contactos. “Estaremos disponíveis para o fazer, por uma questão de proximidade geográfica e, ao mesmo tempo, de uma proximidade de relação com a direcção do Instituto”, salientou o director do SNBCI. Actualmente, esta é “uma temática muito exposta, há uma maior atenção aos bens culturais da Igreja”, no que diz respeito à sua conservação e restauro mas, ainda persistem casos de atentados, e autênticos “disparates que provocam danos ao património”, lamentou o director do SNBCI revelando, à Agência ECCLESIA, ter recebido uma denúncia, anónima, acompanhada da respectiva foto, “de uma igreja nos arredores de Lisboa, onde foi colocado um ecrã plasma em cima de uma parede de azulejos do século XVIII”. Apesar disso, o Pe. Nuno Aurélio considera que há dioceses que tem procurado valorizar o seu património “embora muitas vezes essas acções não tenham a devida divulgação”, referiu.


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