Igreja: Misericórdia é «atitude nova» perante humanidade, diz o representante do Papa no IV Congresso Eucarístico

Fátima, Santarém, 11 jun 2016 (Ecclesia) – O enviado especial do Papa ao IV Congresso Eucarístico Nacional, que começou esta sexta-feira em Fátima, disse à Agência ECCLESIA que a ligação à misericórdia, promovida pelo Papa, gera uma “atitude nova” na Igreja.

“A misericórdia é uma atitude nova, nossa, em relação aos homens e às mulheres, porém, ela é desde sempre a atitude central de Deus, porque é o ser de Deus, Deus é misericórdia”, realçou o cardeal João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica (Santa Sé).

O representante do Papa no evento sublinha a importância de descobrir na Eucaristia a “capacidade de Deus” de “ser misericordioso” com todos.

“Neste Ano da Misericórdia, aproximar a Eucaristia da Misericórdia, como o Papa fez, parece-me muito interessante, como resposta para a compreensão do homem e da mulher, hoje”, realça.

Deus ama “incondicionalmente” e esse amor “cura” as pessoas, interiormente, prosseguiu.

Citando a mensagem que o Papa escreveu para este IV Congresso Eucarístico, em Portugal, o cardeal brasileiro observa que a humanidade de hoje tem de “aprender a adorar Jesus na Eucaristia” para “compreender” o que cada um é.

D. João Braz de Aviz fala da Eucaristia como “um mistério” que implica “intimidade com Deus” e provoca uma “dificuldade” de aceitação nas pessoas, por ser tão diferente.

“Nós assombramo-nos um pouco, é tal a presença do Senhor, vamos aprendendo tantas coisas, que é quase impossível não acreditar”, observa, apelando a um maior “sentido vivencial” do sacramento.

Nesse sentido, recorda a capacidade de “todos” entenderem a Eucaristia, em particular o s mais “simples”.

“A pessoa vai ao encontro do mistério como quem aprende, ama e descobre”, acrescenta.

O IV Congresso Eucarístico Nacional decorre até domingo, com conferências e debates sobre a Eucaristia como “fonte de Misericórdia”.

Para o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, há sinais “extraordinários” de maior devoção eucarística em todo o mundo, com recuperação de formas de “piedade”.

No Sacramento da Eucaristia, acrescentou, descobre-se “uma presença tão próxima e multiplicada”.

Para esta iniciativa em Portugal, o Papa deixou como indicação que não se perca “nunca a capacidade de adorar a Eucaristia”, uma marca da “identidade” católica, indica D. João Braz de Aviz, que faz este sábado a última conferência no Congresso sobre "A Misericórdia no coração da Igreja".

HM/OC