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Igreja precisa de encontrar novas formas para estar na cidade

Giselo Andrade
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Cardeal-Patriarca de Lisboa partilha a experiência do ICNE

De passagem por Roma, onde participa no Consistório convocado por Bento XVI, o Cardeal-Patriarca, D. José Policarpo, falou sobre o significado do Congresso Internacional para a Nova Evangelização (ICNE) e deu o testemunho da sua realização em Lisboa. Numa conferência proferida na sala nobre do Instituto Português de Santo António em Roma, D. José Policarpo lembrou que um dos desafios iniciais do ICNE pode ser encontrado na pergunta: “Como evangelizar as grandes cidades?â€. Embora não seja uma pergunta nova, não deixa de apresentar novas inquietações: “Temos que reconhecer, à partida, que a linguagem da Igreja e sobretudo a simbólica da Igreja está muito ligada a uma civilização mais rural, ou seja, em que a relação do homem com a natureza era um dado permanente, de certo modo um dado sugestivoâ€. Para o Patriarca de Lisboa, os Cardeais que pensaram o ICNE quiseram “tentar traduzir o discurso sobre a nova Evangelização, que estava na moda depois do lançamento do desafio da Nova Evangelização pelo Papa João Paulo IIâ€. O objectivo era então “não limitar-se a esse discurso, mas arriscar a ensaiar qualquer coisa de concreto, na linha da acção evangelizadoraâ€. Numa cidade onde progressivamente se perde o sentido comunitário, é necessário que a Igreja se possa afirmar como “experiências corajosas e generosas de comunidadeâ€. D. José Policarpo frisou que “a presença da Igreja na cidade tem que ser este fermento na massa, este desafio contínuo, este fazer sentir que na grande cidade é possível conviver, é possível humanizar a cidade, o único caminho é o amorâ€. Avaliando a situação actual, afirmou que a Igreja tem perdido visibilidade na grande cidade, pelo que é necessário “encontrar novas formas, novas maneiras de estar na cidade (…); não é reivindicando formas antigas e direitos possíveis, não é agredindo. Eu penso que a única solução é sendo autenticamente cristão numa cidade que se desumanizaâ€. Giselo Andrade/Zenit


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