Nacional

Igreja/Política: Conferência Episcopal quer «tratamento específico» para fundações católicas de cariz social

Agência Ecclesia
...

D. José Policarpo sublinha disponibilidade para responder ao censo promovido pelo Governo

Fátima, Santarém, 10 jan 2012 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. José Policarpo, anunciou hoje em Fátima que a Igreja Católica vai participar na “avaliação global” das fundações, promovida pelo Governo, esperando um “tratamento específico” para as que têm cariz social.

O cardeal-patriarca de Lisboa falava após a reunião do Conselho Permanente da CEP, que decorreu esta manhã, a respeito do censo realizado a todas as fundações, nacionais ou estrangeiras, para decidir futuras extinções ou o fim de apoios públicos a estas entidades.

“Estamos depois abertos a todos os esclarecimentos possíveis e necessários”, disse o presidente da CEP.

Este responsável admitiu a existência de “centenas” de fundações ligadas à Igreja Católica, contando com as “instituições sociais”, mas disse que estas “só por acaso têm a designação de fundações, têm mais a característica de serviços da Igreja para uma função muito concreta”.

“São obrigadas a responder a este inquérito as realidades que têm reconhecimento civil”, precisou, admitindo que o mesmo “era necessário”.

D. José Policarpo distinguiu, deste lote, as “realidades ligadas à assistência social”, afirmando que “muitas delas foram arroladas ao número de fundações pelas autoridades públicas”.

Nesse contexto, a Igreja criou um “grupo de trabalho para fazer um memorando” que vai ser endereçado ao Governo, adiantando que algumas entidades “tecnicamente não são fundações”.

O presidente da CEP deixou votos de que este processo ajude a “esclarecer e aprofundar, afinar as finalidades” das instituições católicas.

“Nós temos grandes fundações”, indicou o cardeal-patriarca, pedindo que estas respondam ao inquérito “a tempo e com verdade”.

“Se este inquérito mostrar que há coisas a corrigir e afinar nas nossas fundações, estamos dispostos a isso”, observou.

Em relação a eventuais encerramentos, o patriarca de Lisboa desejou que qualquer medida nesse sentido seja tomada por “iniciativa” da Igreja e não por imposição externa, destacando que existe “um bom diálogo” com o Executivo.

Desde 4 de janeiro, sob pena de retenção das dotações orçamentais, as fundações têm o prazo máximo de 30 dias para responder ao questionário disponível no portal do Governo que solicita informação de contas desde 2008, remuneração dos trabalhadores e descrição do património e apoios financeiros.

OC



Conferência Episcopal Portuguesa Igreja/Política