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Igrejas cristãs do Algarve rezaram pela unidade na abertura do ano paulino

Diocese do Algarve
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O Papa Bento XVI lançou o desafio a toda a Igreja que, durante um ano, dedicasse a sua atenção e reflexão à pessoa, à vida e ao testemunho do apóstolo Paulo, o evangelizador dos gentios. A diocese do Algarve acolheu também este pedido e, por sugestão do seu Bispo, a primeira acção que mobilizou os membros da Igreja católica algarvia em comunhão com outras Igrejas cristãs, foi uma oração de carácter ecuménico que reuniu no passado Domingo, na celebração da solenidade de Pedro e Paulo, uma numerosa assembleia na Sé de Faro, para pedir a unidade e a paz. “Estamos aqui, embora de diferentes linguagens, mas de credo único, todos buscamos Deus. Todos queremos transformar a nossa vida por essa presença amorosa. Sentimos que somos irmãos”, frisou o padre Carlos de Aquino na introdução à celebração que contou com a presença de D. Manuel Quintas, Bispo católico do Algarve, de D. Dionísio Lachovicz, Bispo da Igreja Católica de Rito Bizantino (greco-católica), do padre Oleg Trhusko, sacerdote da mesma Igreja, do pastor Mickael Grantham, representante da Igreja Anglicana, e do padre Ioan Rîşnoveanu, da Igreja Ortodoxa Romena. A celebração de abertura do ano paulino ficou marcada pelo apelo à unidade de todas as Igrejas cristãs. O padre Ioan Rîşnoveanu lembrou que é o mesmo Cristo que une as Igrejas irmãs. “Temos a mesma fé, os mesmos sonhos e somos todos irmãos em Cristo. Devemos mostrar ao mundo que somos unidos. Cristo está connosco e com Cristo vamos continuar a peregrinar ao encontro da luz, da esperança e do amor”, afirmou o sacerdote ortodoxo romeno. O pastor Mickael Grantham congratulou-se com a iniciativa de celebração dos 2000 anos do nascimento de São Paulo. O pastor anglicano lembrou o trabalho conjunto entre as Igrejas católica e anglicana e a cooperação existente, por exemplo, na cedência das igrejas para o culto. O Bispo greco-católico D. Dionísio Lachovicz lembrou o caminho trilhado e o esforço para união das Igrejas, agradecendo à Igreja Católica Portuguesa pelo acolhimento aos representantes da Igreja Católica de rito bizantino. “Somos chamados a reconciliarmo-nos, a perdoarmo-nos e a unificarmo-nos”, destacou. D. Manuel Quintas começou por lembrar a passagem bíblica da “reconciliação operada por Cristo, que pela doação de Paulo uniu judeus e pagãos”. “A proclamação deste texto recorda-nos que somos chamados a assumir a unidade e a paz, o que pressupõe o nosso empenho em eliminar todos os preconceitos e muros que separam os homens entre si. Queremos acolher hoje também nós este apelo de Paulo”, afirmou o Bispo católico do Algarve, exortando ao compromisso com a edificação e testemunho da unidade. “A nossa divisão em diferentes Igrejas contradiz abertamente a vontade de Cristo, é um contra-testemunho para o mundo e prejudica a causa da pregação a toda a criatura”, afirmou, citando o decreto sobre o ecumenismo saído do Concílio Vaticano II. “Quanto mais unidos a Cristo estivermos mais próximos uns dos outros estamos; quanto mais identificados com Ele na sua doação e entrega ao anuncio do reino, mais transparecerá em nós a santidade de Cristo que nos ajudará a superar as nossas fragilidades e limitações e a apressar o passo rumo à unidade de uma só Igreja”, considerou D. Manuel Quintas, lembrando que “Paulo ensina o quanto é fundamental cultivar e manter a unidade do espírito mediante o vinculo da paz”. “Deixemo-nos alcançar por Cristo como Paulo. Deixemos, tal como Paulo, que seja o amor de Cristo a impelir-nos no anúncio do Evangelho como fonte permanente de audácia apostólica e renovada criatividade pastoral”, exortou. A celebração ficaria marcada por alguns elementos simbólicos como a entronização da luz e da Palavra. Igualmente significativos foram alguns momentos de oração vividos pelos representantes de cada Igreja no decurso da celebração, como as orações de confissão de fé e do credo junto à cruz ou o gesto da paz de mãos dadas no final.


Ano Paulino