Nacional

Igreja/Saúde: Importância da assistência religiosa aos doentes tem de ser sublinhada

Agência Ecclesia
...

Coordenador do Serviço Nacional das Capelanias Hospitalares lamenta falta de sensibilidade para esta dimensão

Lisboa, 12 fev 2014 (Ecclesia) - O coordenador do Serviço Nacional das Capelanias Hospitalares, padre Fernando Sampaio, afirmou que há ainda algum trabalho a fazer para que “administrações e operacionais dos hospitais” percebam a importância da assistência religiosa para o tratamento dos doentes.

“As administrações e os operacionais ainda não se deram conta da importância desta dimensão no bem-estar do doente e inclusivamente na recuperação do próprio doente”, lamenta o sacerdote, em entrevista à Agência ECCLESIA.

Segundo este responsável, “os profissionais de saúde nem sempre valorizam essa dimensão” e muitas vezes “não é dado a conhecer ao doente que tem direito à assistência religiosa caso o pretenda”.

O coordenador destaca “a qualidade que a assistência religiosa dá aos cuidados, porque a doença e o sofrimento têm um impacto brutal na vida das pessoas e o cuidar da pessoa é melhor quando há essa assistência que é também psíquica e social”.

 “A assistência espiritual e religiosa concorre para o bem-estar e harmonia de todas essas dimensões da pessoa”, sublinha.

Analisando o decreto-lei 253/2009, o padre Fernando Sampaio revela que este traz “um enquadramento novo, porque tem já presente a Lei da Liberdade Religiosa e reconhece a assistência espiritual religiosa como um direito do próprio doente e não das Igrejas”, ou seja, “ as Igrejas não estão nos hospitais por direito próprio, mas é sim o doente que tem direito a ser assistido”.

“O novo regulamento que veio enquadrar a ação das capelanias proporciona, por parte do Estado e dos hospitais, uma melhor forma de organização, dá normas de organização e de abertura para que se possa exercer este bem para os próprios doentes”, acrescenta.

Nesta norma, “há duas coisas fundamentais: por um lado o direito dos doentes à assistência espiritual religiosa, que é um direito inalienável; por outro lado, o reconhecimento do bem que isso traz às pessoas que passam por perdas ou doenças”, observa o responsável.

O padre Fernando Sampaio lança o desafio para que se estude o impacto dos cuidados religiosos no doente, porque “se concorre para o bem-estar e a harmonia da pessoa quer dizer que concorre também para a saúde e para a sua recuperação”.

“Nos hospitais todos os dias é dia do doente por isso o Dia Mundial do Doente [11 de fevereiro] serve para chamar a atenção da comunidade para a importância da nossa atenção a quem sofre, àqueles que estão nos hospitais doentes, particularmente àqueles que estão abandonados algo que acontece cada vez mais hoje nos hospitais, nomeadamente a idosos que ficam sozinhos nos hospitais”, conclui.

HM/MD

[[v,d,,]]



Pastoral da saúde