Nacional

Imigrantes apoiados desde há 12 anos em Portugal

Nuno Rosário Fernandes
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Serviço Jesuíta ao Refugiado comemora hoje 25 anos de fundação

Em doze anos de presença em Portugal, mais de cinco mil pessoas terão sido acompanhadas pelo Serviço Jesuíta ao Refugiado (JRS). A actividade do núcleo português desta organização internacional da Igreja Católica, que hoje comemora 25 anos, começou por se caracterizar pelo apoio dado aos imigrantes vindos do leste, hoje procura ir ao encontro de pessoas vindas de várias partes do mundo. “Temos tentado ser uma presença naqueles que mais precisam e onde mais ninguém está” afirmou à Agência ECCLESIA, Rosário Farmhouse, a directora do Serviço em Portugal. Sob o lema «Acompanhar, Servir e Defender» do Pe. Pedro Arrupe, o fundador deste serviço internacional presente em 50 países, o JRS procura estar presente “nos momentos mais difíceis e mais felizes da vida desta pessoas”, o que pode ser feito nas próprias instalações do serviço, no hospital ou na prisão, “porque são pessoas que estão sós e não tem ninguém”, refere Rosário Farmhouse. Os serviços do JRS procuram ainda possibilitar uma melhor integração do imigrante ou refugiado no nosso país. As questões jurídicas relacionadas com a legalização, a procura de uma casa para habitar, ou de um trabalho devidamente remunerado, são algumas das dificuldades que os imigrantes e refugiados enfrentam, levando-os por vezes a situações de sem abrigo. Para fazer face a essas situações a directora do Serviço Jesuíta ao Refugiado disse à Agência ECCLESIA que tem em vista “o projecto de construção de um centro de acolhimento para imigrantes sem-abrigo”, para o qual já dispõe do espaço mas, afirma, ”não temos o dinheiro para as obras”. Segundo números fornecidos por Rosário Farmhouse, no último ano o JRS acompanhou cerca de 150 pessoas em situações de sem-abrigo e salienta ainda, com preocupação, que “a maior parte dos imigrantes sem abrigo que se encontram na rua estão à espera que a morte lhes chegue, desistiram de viver”, lamenta. Ao comemorar hoje, dia 14 de Novembro, os 25 anos de fundação do Serviço Jesuíta ao Refugiado a directora do núcleo português considera que esta é uma data feliz de comemorar “mas seria bom que pudéssemos fechar todas as portas e dizer que este serviço já não é preciso porque já não existem refugiados no mundo”. Porém, conclui aquela responsável, “continua a haver situações muito actuais que indicam a necessidade deste serviço”.


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