Nacional

Imprensa regional acusa governo

Lígia Silveira
...

Congresso da AIC marcado pelas dificuldades geradas pela supressão do porte pago e ausência de publicidade institucional

O corte do porte pago tornou as assinaturas de “tal forma pesadas que muitos leitores cancelaram as assinaturas dos jornais regionaisâ€. O Pe. Salvador Santos, Presidente da Direcção da AIC, fez notar ao representante do Ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Berhan da Costa, presente no encerramento do 7º Congresso da AIC, que os jornais são “um vínculo à terra dos portugueses na diáspora e motor da língua e cultura portuguesas ficaram desprotegidosâ€. “Se o governo não mudar a política para o sector ficará na história como negativo para a imprensa regional†sublinhou o Pe. Salvador Santos na sessão de encerramento do Congresso da AIC, em Bragança. O Presidente da Direcção da AIC afirmou ser necessário o reconhecimento estatal do serviço público que os jornais regionais prestam. “Pedimos que cumpra o protocolo assinado com as associações para a distribuição equitativa da publicidade e mantenha o incentivo à leitura para que não se perca a ligação dos imigrantes de 2ª e 3ª geração à cultura dos seus paisâ€. Um sinal de uma clara dimunuição da leitura vem sendo sentida desde que o governo baixou de 95% para 45% a comparticipação no porte pago. “Os associados da AIC perderam leitores nacionais e estrangeiros. A redução do porte pago obrigou à alteração da periodicidade e deu origem à redução de tiragensâ€. O Pe. Salvador Santos indicou ainda que 57 publicações associadas da AIC encerraram. Este é o 7º Congresso realizado, mas o primeiro sem apoios económicos do Estado, com excepção do apoio na publicação das actas. O representante do Ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Berhan da Costa que dirige o Gabinete de apoio aos meios de comunicação social afirma que o organismo que tutela está neste momento a desenvolver uma avaliação das políticas prosseguidas. “Quero fazer isso de forma muito séria e criteriosaâ€. Pedro Berhan da Costa apontou três vertentes no trabalho do gabinete de apoio aos meios de comunicação social. “Contacto com os meios de comunicação, apoio ao ministro da tutela na definição das políticas e representação do Estado português em alguns fórunsâ€. Em declarações à Agência ECCLESIA, Pedro Berhan da Costa frisou que a imprensa regional “presta um serviço público que não queremos apagarâ€, garantindo que as políticas “estão para servir o interesse público, que não tem de ser antagónico dos interesses privadosâ€. D. Manuel Clemente, Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, referiu que a aldeia global não dispensa ainda a aldeia, “para sermos alguém com raizâ€. Por isso as reinvindicações da AIC foram sublinhadas pelo também Bispo do Porto. “A imprensa regional informa, interpreta localmente as ideias e planos. Se a inspiração for cristã a exigência e o compromisso estarão presentes. Nada se estabelece sem subsidariedade autenticaâ€, referiu o também Bispo do Porto, manifestando um “respeito pela imprensa de inspiração cristãâ€. “Não podemos desistir da imprensa que continua a perseguir a inspiração cristã, com criatividade para resolver os obstáculos que enfrentaâ€. D. Manuel Clemente apontou ainda que muitos cidadãos não são cristãos, “mas herdaram uma matriz cristã para a sua conduta social. A imprensa de inspiração cristã é um elo aquém e além fronteiras, não apenas para matar saudades, mas para fazer da saudade, algo de vivo e criadorâ€. Notícias relacionadas Vencer impactos na imprensa regional Sobrevivência da imprensa cristã e regional Imprensa e digital: parceiros ou concorrentes? Imprensa regional deve apostar nos conteúdos para fidelizar leitores


Comunicações Sociais