Nacional

Incentivar o Estado aplicar a Lei do Mecenato

Luís Filipe Santos
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Apela o Pe. António Boto, Delegado da Santa Sé na Comissão Bilateral para o desenvolvimento da cooperação quanto a bens que integrem o Património Cultural

Muitas vezes, as paróquias “têm de fazer um esforço colossal para restaurar estes edifícios que são monumentos nacionais†por isso “temos de incentivar o Estado para que se aplique a Lei do Mecenato†– disse à Agência ECCLESIA o Pe. António Boto, Delegado da Santa Sé na Comissão Bilateral para o desenvolvimento da cooperação quanto a bens que integrem o Património Cultural. Este sacerdote da diocese de Lisboa – paróquia de Santa Catarina do Monte Sinai (Lisboa) – realça que os restauros feitos nesta Igreja (monumento nacional) “têm sido patrocinados pela Câmara Municipal. O Estado tem dado um mero apoio técnico por falta de verbasâ€. O diálogo é fundamental mas “temos de olhar caso a casoâ€. Como “estamos a atravessar uma dificuldade muito grande - crise geral no país - para a cultura (incluindo os edifícios religiosos) não existem verbas†– lamenta o Pe. António Boto. O Estado tem de “incentivar e dar contrapartidas aos particularesâ€. E exemplifica: em Itália encontramos várias fachadas de Igrejas a serem restauradas e com publicidade (patrocínio de entidades privadas). Ao olhar para a realidade do nosso país, o pároco de Santa Catarina do Monte Sinai realça que existe “uma cultura de inculturaâ€. Os pedidos de ajuda são frequentes – “tenho um altar em risco de se desmontar†- e “não sei quem irá socorrer aquele patrimónioâ€. E aponta soluções: “a Lei do Mecenato tem sido pouco aplicada e deverá ser uma questão a estudarâ€. Actualmente, o Pe. António Boto pretende restaurar os sinos da Igreja de Santa Catarina do Monte Sinai (são do século XVII e caracterizam uma zona conventual) – “não é por uma questão de carolice†– e ao recorrer a várias entidades, “estas dizem que nãoâ€. Ao ser criada uma comissão bilateral para estes assuntos demonstra um certo interesse em resolver estas questões. “Para que não se perca este pedaço da história de Portugalâ€. E conclui: “as igrejas que são da Igreja têm obrigação de se manter mas, ao mesmo tempo, são expressão da própria cultura de uma determinada zona, época, população. Notícias relacionadas • Comissões da Concordata já estão constituídas


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