Instituições solidárias com o Estado
O último fim-de-semana foi de mudança para a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS). Eleitos os novos órgãos dirigentes, este congresso ficou também marcado pela aproximação entre o Estado e as Instituições. Cooperação foi a palavra chave nas conclusões dos trabalhos.
Pe. Francisco Crespo é o novo presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade. O Pe. José Maia termina assim as suas funções depois de 14 anos a lutar pela causa da solidariedade. Este foi um dos pontos de agenda do I Congresso da Confederação. Dois dias de trabalho onde o acordo social para 2003 causou a maior agitação. A negociação partiu num índice de três por cento mas terminou nos 2.75. O Pe. José Maia deixou claro o significado desta cedência: “somos pobres mas honrados e solidários. Podíamos ter um aumento de 3%, mas em nome de Instituições preparadas que querem começar a trabalhar, a Assembleia renunciou aos três por cento e ficou com 2.75”. Segundo o próprio Pe. José Maia, com esta cedência ficam 400 mil contos para estas Instituições e quanto a este dinheiro, o ex-presidente da UIPSS aproveitou a presença da Secretária de Estado da Segurança Social para pedir que seja divulgada uma lista com o nome das Instituições que venham a beneficiar deste financiamento.
Num discurso efusivo, como habitual, o ex-presidente sublinhou que a cooperação foi e será sempre a postura da Confederação e que o Estado tem de reconhecer o seu papel enquanto tal. “O Estado pode contar connosco como parceiros cooperantes” - disse.
A rede de vizinhança, um projecto que prevê o reconhecimento local das necessidades das populações, é uma bandeira que o Pe. José Maia entregou aos novos dirigentes e que estes aceitaram segurar no momento da sua tomada de posse. Para além deste ponto, o Pe. Francisco Crespo afirmou ainda no discurso inaugural que a nova direcção “questionará, constantemente, a situação actual; assumirá riscos; denunciará os erros e apoiará as pessoas”.
Em representação do Primeiro-Ministro esteve David Justino, Ministro da Educação. Numa altura em que se encaminham as negociações para a Rede Pré-Escolar, o Governo fala também em espírito de cooperação. Quanto ao futuro, as batalhas estão lançadas e os combatentes a postos. É a postura do novo presidente que afirmou não querer baixar os braços nesta luta pelas necessidades dos mais débeis. Nesta linha de raciocínio salienta que “anteciparemos as situações e evitaremos problemas previsíveis”.
Ao fim de dois dias de trabalho, em Fátima, este Congresso foi um ponto de viragem para as Instituições de Solidariedade. Apesar das cedências, Estado e Confederação assumem-se como cooperantes na solidariedade.