Nacional

ISCRA entra em processo de reflexão

Correio do Vouga
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O Bispo de Aveiro quer que o ISCRA esteja no centro da atenção da Igreja diocesana, tendo proposto que dois órgãos de aconselhamento pastoral reflictam em breve sobre o Instituto. Na abertura do ano lectivo, que decorreu no sábado passado, 8 de Novembro, no Seminário de Aveiro, D. António Francisco sublinhou que o ISCRA deve ser “tempo e templo de harmonia”, “tempo e templo de sabedoria”, onde há “lugar e vagar para Deus”, “espaço de formação cristã”, “plataforma de diálogo com o mundo e com a cultura”. Em breve, o Conselho Diocesano de Pastoral (formado por leigos, consagrados e clero) e o Conselho Presbiteral (formado apenas por presbíteros) vão pronunciar-se sobre a identidade e objectivos da escola nascida há 19 anos principalmente para a capacitação de leigos. A reflexão sobre a identidade e missão do ISCRA é uma das pro-postas do plano pastoral diocesano, surge no início do trabalho da nova direcção, presidida pelo Pe. Querubim Silva, e poderá ter grande alcance, visto que o Instituto tem como objectivo primordial a formação cristã, algo que diz respeito a todos os crentes. Na sua intervenção, o presidente da Direcção revelou que está prevista uma revisão dos Estatutos, após “escutar sem preconceitos o que se deseja para o ISCRA”, e reafirmou o lema da tomada de posse: “Sonhar com ambição, desenhar com realismo, construir com humildade”. Pe. Querubim Silva disse ainda que haverá conversações com a Conferência Episcopal Portuguesa, com a Universidade Católica e com outros organismos, no quadro do ensino superior português, para que o ISCRA prossiga o seu caminho e “sirva a Diocese e mesmo para além dela [uma vez que tem alunos de outras geografias] com educação académica superior”. Na sessão, foi apresentado o último livro do Pe Georgino Rocha (“Paróquia e unidades pastorais” – referência na próxima edição do CV) e o Bispo António Couto proferiu uma lição sobre a dedicação paternal e maternal de Paulo aos “filhos gerados pela fé”. Cerca de duas dezenas de alunos receberam diplomas e certificados pela conclusão dos seus cursos D. António Couto na comunicação inaugural. São Paulo assumiu “uma metodologia maternal e paternal, personalizada e a tempo inteiro”, “falava para as comunidades, mas fazia igualmente uma evangelização um a um” – defendeu D. António Couto, na oração de sapiência da abertura do ano académico. Citando passagens das cartas de Paulo, o Bispo Auxiliar de Braga realçou a acção do Apóstolo como exemplo para que as paróquias deixem de ser “frias”, e passem a ser “mais afectivas, mais próximas e mais afectuosas”. Usando termos como “gerar” [na fé] e “dar à luz”, “acompanhar até ao noivo”, “crianças” ou “carinho”, Paulo de Tarso evidenciou o seu cuidado paternal e maternal em relação aos cristãos das suas comunidades. “O afecto – concluiu D. António Couto – é uma linguagem que todos entendem e apreciam”. A par da linguagem paternal e da dedicação a cada pessoa, o Bispo Auxiliar de Braga realçou como exemplo para a missão da Igreja na actualidade o “trabalho em rede”: “Paulo tinha uma rede de colaboradores e apreciava-os. Não dizia mal deles, como nós, às vezes. Agora fala-se tanto em redes, mas Paulo já as usava há dois mil anos. É bom que as ponhamos em prática nos dois mil anos do nascimento de Paulo”. Números do ISCRA em 2008/09 No presente ano lectivo, o ISCRA tem 208 alunos 79 - alunos da Licenciatura em Ciências Religiosas 33 - alunos no Plano de Formação Sistemática 96 - alunos nas escolas arciprestais (funcionando fora da sede do Instituto)


Diocese de Aveiro