O Presidente da República considerou ontem que João Paulo II é, provavelmente, “a personalidade mais significativa do Século XX”, com um papel que abarcou "causas fundamentais", como a pobreza, o desenvolvimento e a paz.
"Estamos perante uma grande personalidade, talvez a mais significativa do século XX", disse Jorge Sampaio aos jornalistas na Embaixada de Portugal junto da Santa Sé, pouco depois de aterrar em Roma.
"A sua adesão a causas fundamentais que foram muito para além das fronteiras da Igreja, como a paz, o desenvolvimento, a emancipação dos países oprimidos, a evolução do Leste que teve no Papa alguém de profundo conhecimento, são marcos extremamente decisivos na vida de todos os dias", sublinhou.
O chefe de Estado português lembrou que tinha estado com João Paulo II há quatro meses, “numa cerimónia muito difícil, porque ele estava efectivamente muito doente”. De essa e outros encontros oficiais, Jorge Sampaio guarda a imagem de alguém que lhe falava sempre em português e uns “olhos muito activos”.
“Pela grande figura, pelo bem que desejou sempre a Portugal e aos portugueses em geral, sem excepção, merece um grande agradecimento e homenagem. É por isso que cá estamos", realçou.
Jorge Sampaio viajou para Roma acompanhado do ministro dos Negócios Estrangeiros, Diogo Freitas do Amaral, que representou o Governo nas cerimónias fúnebres. A delegação portuguesa incluiu ainda o presidente da Comissão dos Negócios Estrangeiros, José Luís Arnaut, em representação da Assembleia da República, e o ex-Presidente da República Ramalho Eanes, que foi convidado por Jorge Sampaio a estar presente.