Nacional

Jovens de Aveiro a caminho das missões

Correio do Vouga
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Os jovens da diocese de Aveiro estão de partida para viver uma experiência missionária durante o Verão. Três já partiram em direcção ao Brasil, mais concretamente para Belém do Pará. O restante grupo viajará dentro de dias para Maputo, Moçambique, e depois será repartido por várias regiões desse país sul-africano. Num dos últimos sábados antes da partida, os “jovens missionários” reuniram-se no Centro Universitário para acertarem alguns pormenores e partilharem as actividades de animação missionária que desenvolveram em várias paróquias a propósito da experiência missionária que vão viver. A Sónia é uma das jovens que vai para Moçambique. Em Lombomeão (Vagos), onde vive, participou num sarau missionário feito de testemunhos, uma encenação e uma apresentação multimédia sobre “Tanta coisa para fazer e tão pouco tempo”. “Eu disse ‘Vou partir’ e bateram-me palmas”, relata, impressionada com a sensibilidade e generosidade das pessoas que, num lugar pequeno, ofereceram mais de trezentos euros para as missões, na missa do domingo seguinte. Iniciativas similares ocorrerem em Covão do Lobo, de onde provém o jovem Víctor Miranda. Na paróquia de Esgueira, que em Abril realizara um festival juvenil de música, dança e teatro sobre a missão, a sensibilização missionária centrou-se agora num encontro que reuniu jovens do 11º (ano do Crisma) e 12º anos e na “missa dos jovens” de sábado à tarde. Kátya e Catherine, as duas jovens desta paróquia que vão para Moçambique, referem que tiveram bom feed-back. “‘Vão e venham para nos contar’ – foi o que nos pediram, na missa”, diz Kátya. Catherine acrescenta: “Os miúdos ficaram muito entusiasmados. Pode ser que venham de lá mais missionários”. Maria Machado não é da diocese de Aveiro, mas integra o grupo. Vive em S. João da Madeira (diocese do Porto), mas conheceu as experiências missionárias e o SDAM (Secretariado de Diocesano de Animação Missionária), que as promove, por frequentar a Universidade de Aveiro. Na sua terra, além de uma Eucaristia na véspera do dia do Corpo de Deus e um sarau missionário, houve um grupo que se voluntarioue recolheu fundos pelas empresas da região. Resultado: mais de dois mil euros para ajudar as missões. Em Ílhavo, a animação missionária passou por um jantar de recolha de fundos em que participaram 70 pessoas e pela apresentação dos jovens, incluindo o diácono João Alves (que integra a equipa sacerdotal da paróquia), no dia da comunidade paroquial. Foram recolhidos (nas missas e no jantar) cerca de dois mil euros. Na paróquia de Avanca, de onde parte Maria José, a animação centrou-se num encontro de jovens (com a participação do grupo “Jovens Sem Fronteiras”) e numa Eucaristia presidida pelo Pe Georgino Rocha, director do SDAM. “Ser missionário, um desejo, um sonho e muitas interrogações” foi o tema do testemunho dado por Maria José, que ficou espantada com a generosidade espontânea dos seus colegas de trabalho (ofereceram mais de 300 euros) e de algumas pessoas que a abordaram na rua. A “missionária” é professora de Português/Francês em Carregosa (Oliveira de Azeméis) e, além dos “sonhos e interrogações” vai levar nas suas malas material escolar para Moçambique. Animação missionária Para o Pe. Georgino Rocha, responsável pelo Secretariado Diocesano da Animação Missio-nária, as acções desenvolvidas permitem concluir três aspectos bastante positivos. O primeiro tem a ver com o acolhimento. “As pessoas reagiram bem. Algumas até agradeceram. Isto faz-nos sentir que este tipo de animação é desejado pela diocese. No terreno, fomos apresentando a mensagem e ela terá tocado no coração das pessoas”. O segundo refere-se à partilha de bens. “As pessoas foram sinceras nas ofertas de bens”. Não foram feitos peditórios, porque “já foram enganadas de muitas formas”, por muitos peditórios pouco credíveis. Mas foi-lhes dada a “oportunidade de partilharem os seus bens com os mais necessitados”, diz o responsável do SDAM. E corresponderam. Por fim, estas actividades de animação serviram para infundir “alegria, esperança e um estado de espírito altamente positivo” nos “jovens missionários”. “Hoje têm mais autoconfiança do que antes”, refere Georgino Rocha. Têm o caminho aberto e sentem que “vale a pena sacrificar o bem-estar pessoal pela felicidade dos outros”.


Voluntariado missionário