Jubileu: Misericórdia vai «modelar» a Igreja do terceiro milénio
D. Manuel Linda considera que o Ano Santo foi proposto pelo Papa em sequência do sÃnodo sobre a famÃlia
Lisboa, 20 nov 2016 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização afirmou que o Jubileu da Misericórdia vai “modelar” a Igreja no terceiro milénio e foi uma estratégia do Papa Francisco para dar seguimento ao sínodo sobre a família.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, D. Manuel Linda disse que que a “Porta Santa encerra, mas a mentalidade que criou, a misericórdia, não termina” e vai “modelar a Igreja” no terceiro milénio.
“É a grande proposta lançada neste início do terceiro milénio e que vai dar uma nova tonalidade à maneira de ser Igreja e de estar no mundo: pessoas de misericórdia”, disse o bispo da Diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança.
Para D. Manuel Linda, “Jesus Cristo não estabeleceu um código, mas a misericórdia”
“O Direito Canónico não é algo que está a mais. Bem pelo contrário: é fundamental para a Igreja. Mas não é a norma fria, enquanto tal, que nos carateriza”, disse o presidente da Comissão Episcopal que coordenou o Jubileu da Misericórdia em Portugal, por incluir o setor da nova evangelização.
D. Manuel Linda considera também que o jubileu extraordinário, sobre o tema da misericórdia, tem de ser enquadrado nas conclusões do sínodo dos bispos sobre a família, que decorreu em outubro de 2014 e de 2015, e da publicação da exortação apostólica pós-sinodal ‘A Alegria do Amor’, em março deste ano.
“Nós lidamos com uma situação muito difícil, como é a das famílias, onde há casos que não têm uma solução fácil! Não há outra abertura possível nesta fase que não seja um acolhimento, uma presença, um não deixar desanimar, que habitualmente chamamos misericórdia”, referiu o presidente da Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização.
“O grande desafio é que aqueles que podem viver a partir do ponto de vista do que a Igreja prevê para a família crente o vivam. Mas há situações em que não é humanamente possível. Mas, por isso, não são rejeitadas, não estão afastadas, não são 'mandadas para o inferno'”, sublinhou.
“Há que acolhê-las, estar presente, integrá-las dentro do possível nas estruturas da vida da Igreja e acalentar a esperança”, acrescentou D. Manuel Linda.
O bispo da Diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança considera que o Jubileu da Misericórdia foi “absolutamente extraordinário” e provocou a mudança de comportamento “na dinâmica pastoral”.
“Ou somos hoje repetidores, no tempo que corre, dos gestos e atitudes de Jesus Cristo, ou estamos a mais e criamos nós um qualquer organismo, por mais venerável que seja”, concluiu D. Manuel Linda.
A entrevista ao presidente da Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização é publicada na mais recende edição do Semanário Ecclesia e pode ser vista no programa Ecclesia de segunda-feira, emitido na RTP2 às 15h00.
PR
Jubileu da Misericórdia