Leiria-Fátima: Diocese centra-se nas famÃlias
Programa pastoral destaca importância do casamento, dos filhos e de atenção às «ruturas»
Leiria, 24 set 2013 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima publicou hoje uma carta pastoral dedicada à família, documento orientador para o próximo biénio na diocese, em que destaca a importância do casamento e pede atenção às situações de “rutura”.
“Tem-se difundido uma determinada mentalidade que desacredita o próprio casamento, religioso ou civil, como se fosse antiquado e, portanto, fora de moda. O casamento já nem sequer entra no projeto de vida de bastantes jovens; parece ter um concorrente nas ‘uniões de facto’”, alerta D. António Marto, no documento ‘A beleza e a alegria de viver em família’ como pastoral, dedicado à pastoral familiar.
O prelado manifesta-se contra a redução do amor e da vida familiar “ao mundo de afetos, sentimentos, emoções espontâneas”, com reflexos “no receio de ser pai e mãe”, agravado pelas dificuldades socioeconómicas, e “na quebra da natalidade”.
“Também a banalização do divórcio e do aborto – uma chaga social – está na origem de muitos dramas familiares”, acrescenta.
A carta pastoral debruça-se sobre várias “questões graves” relativas à identidade do matrimónio e da família, elencando situações de “de fragilidade, de crise e de rutura”.
“A Igreja é chamada a iluminar estas situações, dum ponto de vista pastoral, na fidelidade a dois princípios evangélicos: por um lado, salvaguardando a identidade do Matrimónio fiel, livre e indissolúvel que a Igreja não pode modificar; por outro, imitando a atitude da misericórdia de Jesus”, assinala o bispo de Leiria-Fátima.
D. António Marto evoca as situações dos "esposos em estado de separação", dos divorciados que não voltaram a casar ou dos que "optam pela união de facto" ou casam "só civilmente", propondo “caminhos e modos de encontro, de acolhimento e diálogo, num clima de respeito e caridade”.
O texto recorda que os divorciados que se voltaram a casar civilmente “não estão numa comunhão plena com Cristo e a Igreja”, mas “não estão excomungados nem excluídos duma vida de fé e de caridade dentro da comunidade cristã”.
O prelado pede, em particular, que as comunidades católicas acolham quem vem pedir o Batismo para os seus filhos, independentemente da sua situação, “desde que os pais, algum familiar ou os padrinhos garantam que a criança será educada na fé cristã”.
Para o bispo de Leiria-Fátima, é há “profundas transformações sociais e culturais” que têm repercussões no modo de entender e viver a vida matrimonial.
A mensagem refere-se ainda aos adolescentes e jovens que “assumem o direito ao prazer, vivido de qualquer forma, sem quaisquer limites”, no que é apresentado como “uma profunda deturpação, não só do amor, mas também da dignidade humana”.
“Devemos então valorizar a cultura dos laços familiares: são uma face do amor, entendido não só como sentimento, mas como entrega pelo bem das pessoas amadas, mesmo com o próprio sacrifício”, sustenta.
Segundo D. António Marto, os “desafios da sociedade atual” requerem a garantia de que as famílias “não fiquem sós, desamparadas”.
“Merecerão especial ajuda as famílias em crise, as que passam por carências ou várias formas de pobreza e as que têm pessoas com deficiência, idosos ou outras situações difíceis”, escreve.
A carta será formalmente apresentada na próxima Assembleia Diocesana, a 6 de outubro, pelas 15h30, na Sé de Leiria.
OC
Diocese de Leiria-Fátima