Leiria-Fátima: Padres actualizam-se sobre a missão da Igreja

A atenção às pessoas e o serviço às mesmas segundo o Evangelho, por amor e no amor, é o caminho fundamental da missão da Igreja hoje. Os padres estão na primeira linha neste sentido, pela sua missão pastoral, mas não a podem realizar de forma adequada aos tempos de hoje sem a colaboração dos fiéis leigos e fora da comunhão afectiva e efectiva com a Igreja. Esta é a principal conclusão dos dois turnos de formação permanente em que participaram 70 padres da diocese de Leiria-Fátima com o respectivo bispo, de 18 a 22 e de 25 a 29 de Janeiro, em Linda-a-Pastora (Oeiras).

O professor Borges de Pinho, da Faculdade de Teologia da Universidade Católica, desenvolveu o tema “A missão da Igreja no mundo – A pessoa humana, caminho da Igreja”, em várias lições. Além deste tema, foram tratados outros de incidência pastoral como a leitura orante da Palavra de Deus (lectio divina), os conselhos económicos e pastorais paroquiais, a apresentação do novo Regulamento da administração dos bens da Igreja na Diocese, o cuidado do património cultural das comunidades cristãs e o seu usufruto para o crescimento espiritual das pessoas e o testemunho da fé cristã.

O bispo diocesano, D. António Marto, que participou em todo o primeiro turno e na abertura do segundo, como “irmão entre os irmãos padres”, salientou a importância da formação, entendida nas vertentes teológica, pastoral, espiritual e humana, e a experiência de comunhão em presbitério que a participação de todos proporcionou. Fazendo a síntese da acção formativa, exortou os padres a amarem o mundo actual em crise e a serem nele agentes de evangelização e de humanização: “evangelizando, a Igreja humaniza, e humanizando, evangeliza”. Recomendou o desenvolvimento da pastoral sócio-caritativa, organizando-se ou renovando-se um serviço neste sentido em cada paróquia. Nos nossos dias, disse, a Igreja precisa de se reorganizar para abrir novas frentes para o anúncio e o testemunho da fé. Não o pode fazer sem o contributo dos fiéis leigos em todos os lugares onde decorre a vida dos homens. Para isso afirmou a necessidade da formação teológica e espiritual dos cristãos leigos, para que assumam o testemunho da fé também nas suas responsabilidades públicas na sociedade.

O curso de formação, em regime residencial e em dois turnos, além do estudo, proporcionou aos padres ocasião para a vivência espiritual, a oração e a celebração da liturgia juntos e ainda a partilha de experiências e inquietações pastorais, a confraternização e o enriquecimento cultural.

Padre Jorge Guarda