Com um plateia composta pelo Governador Civil de Leiria, vários presidentes de Câmara e também alguns presidentes de Juntas de Freguesia, Marcelo Rebelo Sousa proferiu uma conferência sobre “Ética e Política”, dia 20 de Junho, no Seminário de Leiria, para celebrar o patrono dos políticos e governantes, S. Tomás Moro. Depois de qualificar a região de Leiria, Marcelo Rebelo de Sousa salientou a emergência de “novos poderes, os mediáticos, a pouca capacidade de resistência à exposição da imagem e o desgaste provocado por esta exposição” – disse o Pe. Armindo Janeiro, um dos promotores da iniciativa.
Como as sociedades estão mais complexificadas, o orador referiu que “a política é cada vez mais complexa” e as estruturas partidárias estão “cada vez mais desactualizadas” porque “foram concebidas para meados do século XX”. Desenvolvimentos políticos que têm “tendência para partidos de cartel, que combinam entre si o perpetuar-se no poder” – sublinhou o Pe. Armindo Janeiro. A política deve atender à pessoa humana “e não aos jogos”. E adianta: “o discurso de hoje cai num certo amoralismo”.
Nesta iniciativa, promovida pelo Centro de Formação e Cultura da diocese de Leiria, o prelector sublinhou ainda que “a política deve caminhar para o bem comum” sendo este o objecto fulcral que “se deve valorizar”. Para os cristãos, a ética não deve ser somente personalista, “ela deve valorizar a liberdade e a justiça”. Por isso as questões da Polis “são da comunidade e neste sentido todos nós somos pecadores e santos”. Mas existem “santos na política” apesar das dificuldades emergentes – sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.