Nacional

Lisboa acolhe Natal Ucraniano

Nuno Rosário Fernandes
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Milhares de imigrantes são esperados amanhã na Praça do Comércio

A Comunidade Ucraniana, presente em Portugal, celebra amanhã o nascimento de Cristo com uma festa pública a decorrer na Praça do Comércio em Lisboa. Para assinalar o dia em que os ucranianos celebram o Natal está marcada para as 13h uma celebração litúrgica na Igreja de São Domingos, seguindo-se depois uma tarde de animação cultural composta por Cânticos de Natal e dois presépios vivos. “Trata-se da encenação do nascimento de Jesus, com a história dos reis magosâ€, explicou à Agência ECCLESIA o Pe. David Colecha, capelão da comunidade ucraniana de Lisboa. “Depois também temos exposições de pintura, bordados e comida típicaâ€, acrescentou. Numa iniciativa promovida pela Associação dos Ucranianos de Portugal esta é a primeira vez que os ucranianos promovem uma festa de maior dimensão pública para celebrarem o seu Natal. Com a participação dos vários núcleos regionais são esperados amanhã cerca de 3 mil ucranianos, vindos de todo o país. Segundo o Pe. David, sacerdote ucraniano que acompanha em Lisboa esta comunidade de Leste, esta maior dimensão festiva do Natal justifica-se por uma “vontade de se querer tornar mais conhecida a cultura e costumes de uma comunidade presente em Portugal há cerca de 5 anosâ€, disse. A noite da Ceia de Natal destes imigrantes celebra-se hoje, tal como o faziam nas suas terras, apenas com a diferença de que a maior parte destas pessoas que vieram para o nosso país à procura de «melhor vida», vai celebrar a «Noite Santa» com o sofrimento de estar longe da família. Um sofrimento que, salientou o Pe. David “eles não deixam transparecerâ€. Assim, na ementa deste dia de véspera de Natal, dedicado ao jejum, não vai faltar o prato principal “a sopa feita à base de repolho com beterraba, acompanhado depois por trigo cozido com mistura de nozes, pasteis de massa cozidos com recheio de repolho e trigo, peixe e saladaâ€, contou o Pe. David Colecha. Presentes num país onde a barreira da língua já não é a maior dificuldade, estes imigrantes da Ucrânia debatem-se com a falta de contrato de trabalho nas entidades patronais onde estão colocados. “Geralmente não fazem contrato, o que depois complica o processo de legalização e da Segurança Social, - disse o Pe. David – e não dando contrato de trabalho, não pagam todos os subsídios que devem ser pagosâ€, esclareceu com preocupação.


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