"O Peregrino de Fátima" é o nome de um livro de tributo a João Paulo II, lançado esta semana, em Lisboa. Escrito pelo jornalista Paulo Aido, a obra recorda as visitas apostólicas do falecido Papa a Portugal, através do testemunho de alguns dos que com ele privaram.
Em declarações ao Programa ECCLESIA, o autor diz que o livro traz o “olhar das pessoas que estiveram com o Papa”. Entre as cerca de três dezenas de pessoas que contaram as suas histórias com João Paulo II há testemunhos variados, desde de hospedeiras, motoristas, jovens, jornalistas, políticos ou Cardeais.
A ideia é oferecer “um olhar íntimo, porque não oficial” sobre a vida do Papa polaco, nestes pequenos depoimentos.
O trabalho teve momentos “extremamente difíceis”, ao procurar localizar as pessoas que conviveram com o Papa em 1982, 1991 ou 2000.
O fio condutor é cronológico e surge após o atentado do 13 de Maio de 1981, na Praça de São Pedro, quando João Paulo II percebe que há uma “ligação fortíssima a Fátima” e decide vir a Portugal.
Marcelo Rebelo de Sousa diz que a obra recorda “momentos que estavam esquecidos” e traz “pormenores que eram desconhecidos”, num estilo muito acessível e directo.
Narana Coissoró, por seu lado, deu o seu testemunho pessoal sobre o encontro com João Paulo II, “uma conversa que ficou para sempre, porque ele tinha uma personalidade magnética”. Numa segunda ocasião, em Roma, o Papa surpreendeu o antigo deputado ao lembrar-se “perfeitamente” dele.
“A gente bebia cada palavra que ele dizia”, assegura.
Aura Miguel, jornalista da Rádio Renascença, percorreu o mundo acompanhando as viagens de João Paulo II. Neste livro, revela “coisas que me tinham comovido”, em especial “no voo de ligação entre Lisboa e Angra, quando me deu uma entrevista em exclusivo”, marcada pela “força do olhar penetrante”.
Já Paula Magalhães, jornalistas, fala do “privilégio” de ter sido recebida pelo Papa “como mulher e como mãe” de um filho com surdez profunda. “A partir daí senti-me mais apoiada nas minhas orações”, recorda, frisando que nesse momento “acreditei em tudo”.
O prefácio do livro "O Peregrino de Fátima" foi escrito pelo Cardeal Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos.