“A nocividade das privatizações, meio preferido pelo Estado para aliviar a sua carga salarial e despesiva” – foi uma das denúncias apresentadas na Assembleia da LOC/MTC da diocese de Setúbal, dia 19 de Outubro, na localidade do Montijo. Ao fazer a análise da situação económica e social da península de Setúbal, os militantes da LOC/MTC pôs em realce algumas consequências das políticas adoptadas a respeito do trabalho: “uma crescente dispensa de trabalhadores que obriga a sobrecarregar os outros até limites insuportáveis; falta de cumprimento dos compromissos legais quanto a horários, direitos de férias, e outros direitos adquiridos no serviço; transferência forçada de trabalhadores do local de trabalho para outras unidades da mesma empresa; aceitação forçada de salários abaixo do normal como condição para a conservação dos postos de trabalho, tornando-se escandalosa quando se trata de imigrantes” – afirma o comunicado final.
O desemprego na península de Setúbal “cresce a níveis assustadores”. O número actual de desempregados “atinge mais de 42 mil trabalhadores, sendo 10 mil já da responsabilidade deste governo”, verificando-se na última vintena de meses “um aumento mensal de 560 pessoas em média”. Neste momento o desemprego “abrange cerca de 15% da massa laboral no distrito de Setúbal” – realça o documento.
Perante este quadro, a LOC/MTC estimula os trabalhadores, cristãos ou não, “a acreditar na sua força, solidária e convicta, para se opor à deterioração da sua qualidade de vida, do seu trabalho, da sua dignidade”. Propõe ainda que “nenhum trabalhador, por oportunismo da situação difícil, dê aso a críticas ou justificação de medidas que finalmente se tornam lesivas para todos”. Ao contrário, todos devem empenhar-se em “participar activamente em organizações, sindicatos, grupos locais ou da Igreja que lutam pela defesa dos seus direitos e dignidade dos trabalhadores” – verifica o comunicado.