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Madeira: Jornadas para o clero pede padres para um tempo novo

Jornal da Madeira
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A Igreja prepara-se em cada tempo para responder às “mudanças, novas realidades e desafios”. Esta a questão em análise nas Jornadas diocesanas para o clero, leigos e religiosos que decorrem esta semana no Funchal, com o tema genérico: “Aviva o dom que há em ti - Padres para um tempo novo”.

“Vivemos um tempo diferente de há uns anos para cá. Há muitas estruturas e serviços que se criaram em função das necessidades dessa altura. Hoje, há novas exigências e, por isso mesmo, não só teremos que tomar consciência das realidades, como descobrir os desafios e interpelações”, disse ontem o Bispo do Funchal aos jornalistas, a propósito da temática em análise nas Jornadas de actualização para o clero.

As Jornadas, este ano, têm como ponto de partida o tema: “Aviva o dom que há em ti - Padres para um tempo novo”, com a participação de oradores convidados.

“Pretendemos não apenas uma reflexão teológica, mas também um reavivar do sentido da ordenação sacerdotal”, explicou ainda D. António Carrilho. “Queremos estimular a uma revisão de vida e, ao mesmo tempo, em conjunto, sentir as interpelações e os desafios da actualidade”, acrescentou.

Este encontro, com larga participação de sacerdotes, realiza-se em pleno Ano Sacerdotal, e “é uma oportunidade para debatermos a problemática actual, procurando darmos respostas aos objectivos propostos pela Igreja, na linha dos sacerdotes, leigos e consagrados”, sublinhou o Bispo do Funchal.

Igreja deve estar atenta às novas exigências

Entre os oradores convidados para as Jornadas de actualização, falaram ontem dois leigos, com largos pontos de vista sobre a realidade social, com base na sua experiência profissional. Ivo Nunes, psicólogo, abordou as questões da “mudança, da educação e do sentido para a vida” como pertinentes no nosso tempo e que convocam todos para uma actuação concreta, em consonância com a sua própria crença, como é caso dos cristãos e católicos.

Já Ricardo Vieira, advogado, caracterizou o mundo actual como “muito diverso e complexo”, com exigências que devem ser, na sua opinião, atendidas pela Igreja com o maior “acolhimento” e abertura.

“Muitas vezes, a Igreja (que somos todos nós) fecha-se num certo ritualismo, conjunto de regras, e, por vezes, afasta-se do espírito verdadeiro de Cristo, da Palavra na diversidade”, disse aos jornalistas. “A diversidade faz parte da criação divina. Deus não abandonou o homem, continua a amá-lo, e nós temos o dever de levar Deus a todos os homens, indistintamente”, afirmou.

A reflexão “Padres para um tempo novo” também está a ser proposta aos leigos e religiosos, nas Jornadas que decorrem até amanhã na igreja do Colégio, entre as 19h30 e as 21h30, numa iniciativa do Secretariado Diocesano de Pastoral.



Diocese do Funchal