Nacional

Mais de um milhão e meio de Portugueses são voluntários

Luís Filipe Santos
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Presidente da Confederação Portuguesa do Voluntariado valoriza impacto económico e social destas pessoas

Cerca de um milhão e meio de portugueses dedica parte do seu tempo na prática do voluntariado. Este número “não me surpreende”, até porque há o voluntariado de proximidade “que não é possível quantificar visto que está no anonimato” – disse à Agência ECCLESIA Eugénio da Fonseca, presidente da Comissão Instaladora da Confederação Portuguesa do Voluntariado (CPV). Este responsável acrescenta que "em termos de acção benévola das pessoas, o número é superior”. Apesar deste número num universo de 10 milhões de portugueses, Eugénio da Fonseca apela à “criação de condições para que mais portugueses sintam o dever que têm neste capítulo”. A cidadania passa pela consciência de participação na vida pública nas mais variadas áreas de intervenção. “Só pelo trabalho remunerado ou pela intervenção do Estado não se consegue chegar ao âmago dessas acções” – frisou o presidente da CPV. Segundo um estudo realizado, recentemente, pela Universidade Católica Portuguesa (UCP) o trabalho destes voluntários activos valeria 675 milhões de Euros por ano. “É bom olhar para este número, não para cairmos numa visão economicista do voluntariado, mas para percebermos o modelo que deve vigorar”. E adianta Eugénio da Fonseca: “A economia solidária ou economia social tem um valor muito importante”. O cuidado pela formação é uma das grandes prioridades dos promotores do voluntariado. “Não basta querer ser voluntário, é preciso criar condições para o exercício eficaz da acção” – realça Eugénio da Fonseca. É essencial a qualificação dos voluntários e das organizações que os integram. Por outro lado, “compete ao Estado dar condições aos voluntários para que ele possa exercer a sua missão”. Portugal deve preservar a dimensão de que ser voluntário “é estar ao serviço de forma gratuita” porque começam “a aparecer formas de ser voluntário com gratificações pelo exercício”. E completa: “são cooperantes, mas não são voluntários”.


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