Marcelo Rebelo de Sousa analisa Portugal 2005 Voz Portucalense 28 de Setembro de 2005, às 11:46 ... Na abertura do ano lectivo na Universidade Católica no Porto A convite da Faculdade de Direito da Universidade Católica (Centro Regional do Porto), o conhecido professor, comentador, escritor e antigo dirigente polÃtico Marcelo Rebelo de Sousa, pronunciou, no dia 20 de Setembro, a aula inaugural do ano lectivo para todos as Faculdades e Cursos do Centro regional do Porto da Universidade Católica (Teologia e Ciências Religiosas, Biotecnologia, Direito, Economia e Gestão, Instituto de Educação - Curso de Psicologia e Centro de Estudos do Pensamento Português). Encheu-se o Auditório IlÃdio de Pinho do Centro Regional do Porto, para escutar e dialogar com Marcelo Rebelo de Sousa. Apresentado pelo Novo Director do Curso de Direito do Centro Regional, Azeredo Lopes, Marcelo Rebelo de Sousa apresentou o tema Portugal 2005, certamente amplo e envolvente. O orador analisou os últimos 30 anos da história de Portugal (desde 1975 até hoje), considerando quatro principais desafios: a democratização, a descolonização, a integração europeia e o desenvolvimento económico e social. Colocando-se numa perspectiva de algum distanciamento, a sua análise, muito equilibrada e bem fundamentada, considerou a integração europeia como talvez o melhor conseguido destes desafios, chamando a atenção para também para a descolonização que, tendo sido inicialmente traumática, permitiu no entanto uma rápida integração dos cidadãos regressados, a sua grande colaboração para o desenvolvimento do paÃs e a rápida capacidade de diálogo com os novos paÃses emergentes. A democratização da vida polÃtica e social foi considerada como um processo que ainda necessita muito tempo para ser cabalmente desenvolvido, salientando que, se a democracia formal está instalada, a democracia real (o funcionamento das instituições, o serviço público, a educação e a normalização de uma vida democrática assente no respeito pelas instituições e pelas pessoas), ainda tem importantes caminhos para percorrer. Reconhecendo que o paÃs tem vindo a progredir, arrastado pela integração europeia, nos aspectos económicos e sociais, as diversas contingências desse desenvolvimento (como as crises económicas, o custo das matérias primas, as limitações da produtividade e outros postulam que haja necessidade de investir mais fortemente nessa dinâmica do desenvolvimento, apesar de reconhecer os progressos entretanto realizados. No entanto, é a própria Europa que está em crise, quer económica, quer das instituições, e mesmo uma crise de lÃderes, salientou. Reportando-se especialmente à Universidade Católica, da qual chegou também a ser docente, tendo-se depois afastado para a realização de outras tarefas académicas, considerou a elevado qualidade das suas escolas, muitas reconhecidas como modelares, particularmente o espÃrito de convivência e entre-ajuda dos seus corpos docente e discente. Em diálogo com o público, o orador evitou emitir opiniões sobre aspectos pessoais da vida polÃtica, mas aventou algumas opiniões de fundo: que “a polÃtica tem horror ao vazioâ€, e por isso necessita de personalidades e situações que lhe preencham os espaços, que os partidos polÃticos “envelheceram†e que importa criar uma nova dinâmica de intervenção e que é digno de reflexão o “regresso de alguns protagonistas de ciclos anterioresâ€. Igreja/PolÃtica Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...