Da Serra d’Arga saiu apelo à defesa dos valores cristãos
«Com Maria e por Maria, Senhora da Conceição do Minho, deixemo-nos renovar na fé através da Eucaristia» pediu ontem, no lato da Serra d’Arga, o Bispo de Viana do Castelo, durante a celebração da Eucaristia da 50º Peregrinação, exortando os vianeses a assumirem o seu «compromisso na defesa dos valores cristão».
No ano em que se comemora a passagem de meio século sobre o ano em que um grupo significativo de pessoas se associou para testemunhar colectivamente a fé e honrar Maria na Chã Grande da Serra d’Arga, um grande número de peregrinos repetiu o “acto” querendo «contemplar com Maria, a Senhora do Minho, o rosto de Cristo».
D. José Pedreira evocou João Paulo II e a sua «pedagogia eclesial da contemplação do rosto de Cristo com o olhar de sua Mãe», recordando que Ela mantém uma profunda relação com a Eucaristia e com a Igreja que vive do sacramento do Altar».
Desafiando os fiéis presentes a descobrirem a «verdadeira natureza do ser cristão», D. José Pedreira questionou directamente cada uma acerca da vivência deste “Ano da Eucaristia” e do comportamento pessoal «em relação a este grande mistério». A avaliação destas disposições íntimas de pode ser feita, referiu o Prelado, «através da forma como preparamos e vivemos a Eucaristia, pela forma como celebramos o Dia do Senhor, o Domingo».
«A Eucaristia - prosseguiu –, quando vivida e participada activa e conscientemente e frutuosamente, é princípio e projecto de missão». Assim para «viver o sentido da celebração eucarística e conseguir que ela deixe um sinal na nossa vida, não há nada melhor – defende D. José Pedreira -, que deixar-se educar por Maria, “mulher da eucarística”», uma vez que, ela nos insere, de modo natural, na vida de Cristo e nos leva a “respirar” os seus sentimentos. O Bispo Diocesano sublinhou ainda que «viver o memorial da morte de Cristo na Eucaristia implica também o empenho em conformar-se com Cristo, pondo-nos na escola da Mãe e deixando-nos acompanhar por ela».
A peregrinação motorizada saiu da vila de Arcos de Valdevez, da igreja da Lapa, tendo a imagem peregrina da Senhora da Conceição do Minho, sobre um carro dos Bombeiros Voluntários da localidade, percorrido as freguesias da margem direito do Lima.
Templo quase completo marca peregrinação Aniversária
Esta peregrinação fica marcada pelo impulso decisivo que a Confraria deu nas obras de apetrechamento do templo, cuja primeira pedra foi lançada em Julho de 1984.
Em ritmo acelerado, nas últimas semanas, o templo recebeu o “mobiliário” litúrgico e à sua volta foi devidamente pavimentado, tudo em granito da região.
O arquitecto Ovídeo da Fonte Carneiro, que riscou o desenho do templo, continua a fazer o risco, tendo preparado um “trono” para a imagem original de Nossa Senhora do Minho, agora definitivamente , entronizada na nova Igreja. Aliás, após o início desta celebração. A primeira cerimónia foi precisamente a entronização da imagem ficando a Senhora da Conceição do Minho no «coração do santuário da Serra d’Arga» onde todos os Alto Minhotos a podem venerar como “Rainha”.
Sempre em trabalho de cantaria em granito, o templo está agora dotado de um robusto altar e de um ambão, além de um suporte específico para a colocação da cruz da Confraria.
Tanto o ambão, como o altar foram ontem benzidos pelo Bispo Diocesano, ficando a «sagração» para o momento em que seja todo templo.
A zona onde fica o presbitério, foi também toda ela redimensionada, permitindo que o templo esteja agora a começar a ficar dotado dos espaços necessários para o desenvolvimento das suas funções, como seja uma sacristia e respectivos serviços de apoio.
A envolvente do templo está também a tomar forma. Mais alguns dias de trabalho e a frontaria passará a dispor de um acesso em três escadarias de granito e uma rampa que permitirá o acesso a pessoas com maiores dificuldades.
O templo, que foi trabalho final de formação do arquitecto, assemelha-se a uma gruta ou a um enorme rochedo, ficando integrado no verde e nas rochas do planalto. Desenhado para permitir que 400 pessoas participem nos actos religiosos, conta com um espaço exterior que, dentro em breve, vai permitir a realização de celebrações campais aquando da maior afluência de peregrinos.
No quadro deste projecto foi também desenhado a “urbanização” do planalto, prevendo a sua arborização e a construção de infraestruturas básicas de apoio e espaços de merendeiros e estacionamento ordenado, além dos arruamentos.