Nacional

Melhores condições aos reclusos de Viseu

Luís Filipe Santos
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D. António Marto critica as "somas astronómicas gastas na construção dos Estádios" e a falta de "condições dignas" dos reclusos

“Dar-lhe animo e coragem para que possam refazer a sua vida” – foi a mensagem de D. António Marto, bispo de Viseu, na visita que fez aos reclusos dos estabelecimentos prisionais de Viseu e do Campo, dia 21 de Janeiro. Esta visita, desejada desde o Natal, serviu também para o prelado de Viseu testemunhar a sensibilidade “muito humana” das pessoas que trabalham com os reclusos mas “tenho de dizer, em voz alta, que não é uma casa de educação e de possibilidades de promoção da pessoa, de regeneração da sua humanidade. É mais um armazém de pessoas. Faltam condições de privacidade, de desenvolvimento de capacidades profissionais, aprendizagem e de trabalho” – disse D. António Marto. Acompanhado pelo capelão do estabelecimento prisional, Pe. Miguel Abreu, pelo director, Miguel Alves, o pastor da diocese de Viseu realçou também que foi “um momento “comovente em que procurei falar com eles olhos nos olhos, coração a coração e deixar-lhes a mensagem evangélica, não tenhais medo, tende confiança, nada está irremediavelmente perdido, é sempre possível refazer a vida. Depois de observar as condições de habitabilidade nas referidas prisões, D. António Marto apela às autoridades públicas para que proporcionem “condições dignas” aos reclusos. E adianta: “considero escandalosa esta situação. Somas astronómicas foram gastas para construir os estádios e não existe sensibilidade para atender às condições mínimas de dignidade para com uma população que faz parte da sociedade e faz parte da igreja de Jesus Cristo. Seria uma bela ocasião, nesta competição eleitoral, que os candidatos dos vários partidos se interessassem por estes problemas e pela sua solução, em vez de se andarem a atacar uns com os outros por pequenas querelas políticas”.


Pastoral das Prisões