Poucos dias antes da trasladação da Irmã Lúcia para a Basílica de Fátima, o Bispo de Coimbra destacou a figura da Vidente como alguém fundamental na divulgação da Mensagem de Fátima. “Ela não se apegava a milagres, porque o grande milagre é vermos que esta Mensagem está presente pelo mundo fora, graças a uma mulher simples”, explicou.
Em declarações à ECCLESIA, D. Albino Cleto frisa que “seguramente, ela pensa mais em nós do que nós nela”. Sobre os últimos momentos da Ir. Lúcia, há um ano, o prelado lembra que ficou “edificado pela sua simplicidade”.
Relativamente às celebrações do próximo Domingo, o Bispo de Coimbra pede que os fiéis “que sejam simples como era a Irmã Lúcia e não tenham a aspiração de tocar no caixão”. Outro conselho, para quem vai a Fátima, é que “vão cedo”, para evitar “horas de espera na auto-estrada”.
Branca Paúl, médica que assistiu a Irmã Lúcia nos seus últimos 13 anos de vida, não esconde as saudades, mas mostra-se convicta de que “a morte não é mais do que uma passagem, a Irmã Lúcia está ainda mais presente em mim e em todos nós”.
Tal como as Irmãs Carmelitas, também Branca Paúl sente que “todo o Carmelo é uma relíquia, tanto na parte dos aposentos privados, como em cada canto, que tem um bocadinho dela presente”.
Sobre a possível beatificação da Irmã Lúcia, esta médica confessa à Agência ECCLESIA que seria um passo “muito importante”, apesar de reconhecer que há processos próprios dentro da Igreja para estes casos “que dizem respeito às autoridades competentes”.
Também o Bispo de Coimbra comenta as notícias de alegadas curas, uma delas relacionada com uma menina de quatro anos que vive na Argentina, assegurando que “ficaremos muito gratos a Deus se, por meio da Irmã Lúcia, nos der sinais”. Quanto a uma eventual dispensa do período de espera de cinco anos, D. Albino Cleto assegura que “não serei eu a levantar obstáculos, mas não há pressa”.
“Queremos deixar amadurecer na devoção popular os acontecimentos, sem nos precipitarmos”, aponta.
O Capelão do Carmelo, Pe. João Lavrador, refere à ECCLESIA que a comunidade sente, naturalmente, “a falta de alguém que estava aqui 24 sobre 24 horas”. Para o próximo Domingo, este sacerdote sublinha que “o mais importante é nós ligarmos ao que é essencial na fé”.
“A Irmã Lúcia foi portadora de uma Mensagem e era bom que nos ligássemos a essa Mensagem e não tanto ao fenómeno exterior, inclusivamente à própria pessoa. A Irmã Lúcia não é uma supermulher, mas levanta uma série de questões ligadas à conversão, à mudança de vida, à relação com Deus”, conclui.
Estes e outros depoimentos farão parte da emissão do programa "70x7" no próximo Domigno, dedicado à Irmã Lúcia (09h30, n'A Dois).