As organizações católicas assinalam o Dia Internacional do Migrante (ONU), celebrado a 18 de Dezembro, com uma mensagem de solidariedade e de esperança, em especial aos imigrantes e refugiados. Neles revêem o drama de Belém, onde uma família vinda de Nazaré não encontrou acolhimento digno para abrigar-se.
A incerteza atinge os mais vulneráveis. Em Portugal, são profundamente penalizados no processo de regularização, com sucessivas alterações legislativas, com a falta trabalho estável e reconhecido, para a indispensável integração social.
Há crianças abandonadas a si próprias, com impacto corrosivo na integração e irreversíveis sequelas escolares, na saúde e no delinear de um projecto de vida. O sistema educativo não promove o acompanhamento, o que favorece a pobreza e a exclusão.
Aceder a uma habitação de condições mínimas passa, por vezes, de dificuldade a impossibilidade. A degradação física e social de bairros desfigurados, marginalizantes, geradores de exclusão e guetização, compromete o futuro de paz e segurança da população.
Há doentes que viajam ao abrigo de protocolos governamentais, quase entregues a si mesmos, desde o aeroporto.
O futuro de Portugal e da Europa pluricultural e multireligiosa só se configura com a presença acentuada de imigrantes, com quem se honram trabalhar.
Corrigir burocracias paralisantes, reformar procedimentos ineficazes e identificar políticas de integração, de forma coordenada e eficaz, é necessidade vital para dar corpo e concretizar acções efectivas.
Aos imigrantes e refugiados pedem que não desistam da sua quota-parte de responsabilidade na construção de uma “sociedade mais integrada”.
Em quadra natalícia, apesar da situação política conturbada importa não perder a lucidez nem o sentido do bem comum, ao colocar interesses particulares à frente dos colectivos.
Fórum de Organizações Católicas de Apoio aos Imigrantes (FORCIM)
Caritas Portuguesa (CP), Centro Pe. Alves Correia (CEPAC), Comissão Justiça e Paz dos Religiosos e Religiosas (CJPR), Fundação Ajuda À Igreja que Sofre (FAIS), Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC), Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM), Serviço Diocesano da Pastoral de Migrações do Porto (SDPM).
OCPM/Cidália CalistoNotícias relacionadas• Imigrantes e refugiados não têm Natal