Migrações: Responsável do Vaticano enaltece 50 anos de trabalho da Obra Católica portuguesa
Migrante deve deixar de ser «objeto de assistência e proteção» e passar a «sujeito e protagonista de cultura»
Lisboa, 19 jun 2012 (Ecclesia) – O padre Gabriele Bentoglio, membro do departamento do Vaticano responsável pelos migrantes, elogia a “forte e apreciada atividade” da Obra Portuguesa Católica das Migrações (OCPM), que em 2012 assinala 50 anos.
A OCPM “tem destacado o primado e a centralidade da pessoa, a necessidade da tutela e valorização das minorias na sociedade civil e eclesial”, bem como “o valor das culturas no trabalho de evangelização”, escreve o padre Gabriele Bentoglio na edição de hoje do Semanário Agência ECCLESIA.
O sacerdote italiano sublinha a “urgência” de os católicos investirem na promoção de “um verdadeiro sentido de igualdade e de diálogo entre culturas e expressões religiosas”, para que o migrante, “visto como ‘objeto’ de assistência e proteção”, passe a “‘sujeito’ e protagonista de cultura, capaz de ser ele mesmo”.
O subsecretário do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes salienta que o compromisso de Portugal com as comunidades de emigrantes lusos “não deve prejudicar” o acolhimento de quem procura melhores condições e oportunidades de vida no território nacional.
A Igreja “direciona os seus esforços para fazer da migração uma escolha e não um constrangimento, um encontro de povos e culturas e não um choque de civilizações, uma força positiva para o desenvolvimento e participação e não para a exclusão”.
Entre as “‘prioridades’ de um novo período de trabalho, que a Obra Católica poderá realizar, como relançamento da sua identidade” estão “o diálogo intercultural e inter-religioso” e a “formação dos leigos cristãos para envolvê-los no trabalho evangelizador da Igreja”, aponta o padre Gabriele Bentoglio.
O dossier da edição de hoje do Semanário Agência ECCLESIA é dedicado às migrações.
RJM
OCPM Migrações