Nacional

Ministério e Instituições de Solidariedade fumam cachimbo da paz

Octávio Carmo
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O diferendo que opunha a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) e o Ministério da Segurança Social e do Trabalho (MSST) conheceu ontem uma acalmia significativa, com representantes da CNIS, União das Misericórdias e União das Mutualidades a reunirem-se com o ministro Bagão Félix e a manifestarem a sua satisfação pelo decorrer dos trabalhos. De acordo com o Pe. Francisco Crespo, presidente do CNIS, “começamos a esclarecer o futuro, definiu-se a cooperação para 2004 e programou-se uma actualização de valores”. O ambiente de tensão surgiu quando forma publicados, na comunicação social, o resultados de uma auditoria aos lares portugueses e, posteriormente, as irregularidades de um inquérito realizado a 30 entidades dos distritos do Alentejo e de Setúbal. O presidente da CNIS chegou a afirmar que “se é guerra que querem vão tê-la”, mas a reunião de ontem alterou a radicalidade das posições. “Havia um ambiente tenso e o ministro ficou bastante melindrado com as posições que tomámos, mas o diálogo de ontem foi muito positivo”, confessa Francisco Crespo. “As pessoas reconheceram que houve alguns erros: os centros distritais fazem mais uma inspecção policial do que pedagógica e o controlo da frequência dos utentes ainda não está esclarecida”, acrescenta. O “Plano Avô”, uma caracterização dos lares em Portugal, levada a cabo pelo Instituto de Desenvolvimento Social (entretanto extinto), concluiu que grande parte das instituições responde apenas à satisfação de necessidades básicas como a alimentação e higiene, sendo que apenas 40 por cento estão dotadas de sistema de detecção e combate a incêndios e uma grande fatia tem barreiras arquitectónicas. “Esta situação não foi devidamente esclarecida, tanto que eu próprio desconhecia os dados, mas ficou assumido que iríamos retomar esses dados e esse dossier será distribuído às 3 uniões”, revela o presidente da CNIS. Para 2004 a prioridade do MSST vai para as “diferenciações positivas”, sobretudo no que se refere aos idosos dependentes em lares e as creches, onde será dada prioridade aos familiares que estejam empregados. Uma próxima reunião irá definir o protocolo de cooperação para 2004, no dia 9 de Março. Notícias relacionadas • Instituições de solidariedade contra apostas do Ministério da Segurança Social e do Trabalho para os idosos


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