Misericórdias enfrentam problemas financeiros graves CNIS 17 de Maio de 2005, às 10:51 ... Mais de metade das Misericórdias do paÃs diz ter problemas financeiros e duas em cada três (76 por cento) queixam-se de falta de pessoal ou pouca formação, indica um estudo do Observatório de Idosos e Grandes Dependentes. O estudo intitulado "As Misericórdias Portuguesas na Assistência aos Idosos", da União das Misericórdias Portuguesas resultou de um inquérito enviado à s 390 "Santas Casas" existentes em Portugal, ao qual responderam 216. Do total de respostas recebidas à questão "Considera que esta Santa Casa enfrenta dificuldades?", 96 por cento dos provedores afirmaram enfrentar dificuldades aos mais diversos nÃveis. Segundo o estudo, 76,7 por cento (duas em cada três) debate-se com problemas ao nÃvel dos recursos humanos e 55 por cento com dificuldades a nÃvel económico. Pelo menos um terço (36 por cento) queixa-se de falta de pessoal, enquanto 41 por cento aborda a necessidade de mais formação do pessoal da instituição. A falta de recursos materiais foi apontada por 31,3 por cento dos inquiridos. No entanto, acrescenta o estudo, a maior dificuldade sentida pelas Misericórdias prende-se com a relação entre a capacidade do estabelecimento e as listas de espera. Cerca de 63 por cento enfrentam o problema da falta de capacidade dos estabelecimentos para fazer face ao elevado número de idosos que se encontra em lista de espera. Actualmente, há cerca de 15.000 idosos à espera de poderem ser institucionalizados. "As misericórdias são cada vez mais o último recurso das famÃlias com maiores carências financeiras. Ao mesmo tempo, o encarecimento dos custos coloca crescentes dificuldades à s misericórdias", impondo-se uma revisão do modo de financiamento das instituições pelo Estado, conclui o estudo. O estudo, coordenado por Manuel de Lemos do Observatório de Idosos e Grandes Dependentes da UMP, revela ainda que "Portugal tem capacidade para prestar apoio social a cerca de 11 por cento da sua população idosa, ou seja, em cada 100 idosos, 11 poderão receber apoio social nestes tipos de valências". Em 2001, o número de idosos em Portugal ultrapassava já o número de jovens (há mais 42.559 idosos do que jovens). Proporcionalmente, para cada 100 jovens, há já cerca de 103 idosos. Se a tendência de envelhecimento se mantiver - segundo o Instituto Nacional de EstatÃstica, o ritmo de crescimento da população idosa é quatro vezes superior ao da população jovem - nos próximos anos, esta proporção aumentará significativamente, até porque a maioria da população está concentrada na faixa etária imediatamente abaixo da faixa mais idosa (um cidadão é considerado idoso quando tem 65 anos ou mais), salienta o estudo. Em comparação com 1991, aumentou o número de idosos a viverem sós, ao mesmo tempo que diminuiu o número de famÃlias compostas por idosos e as famÃlias sem idosos. Solidariedade Solidariedade Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...