Missas do Parto louvam Senhora do Ó Jornal da Madeira 19 de Dezembro de 2005, às 10:47 ... CaracterÃsticas na tradição religiosa madeirense Começou no passado dia 16, e nalguns casos já na quinta-feira, dia 15, a tradição madeirense das «Missas do Parto». Noutros lugares chamam-lhe as Novenas do Menino Jesus. Não obstante algumas dificuldades caracterÃsticas, parecem implantar-se e viver-se cada vez mais na nossa terra, embora, certamente, adaptando-se à s circunstâncias e aos condicionalismos actuais. As Missas do Parto não terão o encanto e o fascÃnio de outrora, quanto à sua preparação imediata, quanto à forma de percorrer, a pé, longas distâncias de uma ou duas horas, cantando ao som dos instrumentos tÃpicos, como o rajão, as castanholas e o machete, com o garrafão à s costas, ou a garrafinha no bolso, mas a devoção à Senhora do Parto, ou Senhora do Ó, essa permanece e cobra sempre grande entusiasmo e participação das comunidades cristãs. A hora habitual das Missas do Parto tem sido antes da aurora nascer. Tem um simbolismo excelente, pois considera a Virgem Maria como a Aurora da Redenção, aquela que vem antes do Sol, que vem fazer sair das trevas da noite para entrar na luz do dia. Ela é a aurora que prece o dia, e o seu filho, Jesus, o sol que dela nasce. Hoje torna-se difÃcil, se não impossÃvel, onde há um pároco para três paróquias, cumprir rigorosamente este horário, pelo que em algumas Missas do Parto, o sol já terá entrado na igreja, ou, noutro caso, a noite incipiente também a acompanhará. Também não há distâncias a percorrer, não se vai em romaria, mas em automóvel. Mas nem por isso a devoção será menor. A liturgia recorda o papel da Senhora nesta espera do nascimento do Redentor: É a semana das antÃfonas do Ó, que fazem classificar a Virgem como a Senhora do Ó. «Ó sabedoria... vinde ensinar-nos o caminho da salvação»; «Ó chefe da Casa de Israel... vinde resgatar-nos com o poder do vosso braço»; «Ó Rebento da Raiz de Jessé... vinde libertar-nos, não tardeis mais»; «Ó Chave da Casa de David... vinde libertar os que vivem nas trevas e nas sombras da morte»; «Ó Sol nascente, esplendor da luz eterna e sol da justiça, vinde iluminar os que vivem nas trevas e na sombra da morte»; «Ó Rei das nações e Pedra angular da Igreja.... vinde salvar o homem que formastes do pó da terra»; «Ó Emanuel.... vinde salvar-nos, Senhor nosso Deus». As Missas do Parto ainda hoje são celebradas a expensas dos sÃtios das freguesias ou de vários devotos. O regresso a casa fazia-se sempre antes da hora do trabalho. Com a primeira Missa do Parto, começavam, para os madeirenses, as festas da Quadra do Natal, segundo observa o Padre Pita Ferreira. Mais do que a tradição renovada e vivida, a preparação espiritual para o Nascimento do Menino Jesus, do Salvador do Mundo, na poesia do presépio, está subjacente neste fervilhar de pessoas e comunidades durante estes dias que nos separam do Natal. Natal Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...