“Se não existir inclusão na sociedade estamos a gerar mais ilícitos. Quem forma as pessoas para entrar na cadeia é a sociedade” – disse à Agência ECCLESIA o Pe. João Gonçalves, coordenador nacional da Pastoral das Prisões. Como o mundo prisional “é um espaço a explorar pela igreja e pela sociedade”, o Pe. João Gonçalves anunciou que no próximo dia 12 de Outubro haverá, em Fátima, uma reunião dos coordenadores da Pastoral das Prisões. No próximo ano, a 2 e 3 de Fevereiro, realizar-se-á o encontro Nacional da Pastoral das Prisões.
Ao fazer uma avaliação do seu trabalho como capelão prisional da cadeia de Aveiro – remodelada há poucos anos – o Pe. João Gonçalves adianta que “não é difícil entrar naquele meio porque são pessoas desejosas. Somos bem acolhidos porque estamos junto de pessoas carenciadas”. Apesar de reconhecer que existem estabelecimentos prisionais com poucas condições, o coordenador nacional da Pastoral das Prisões refere que “fala-se pouco das prisões mas elas são da sociedade. O que interessa à sociedade é que as prisões sejam fortes, bem guardadas e com muitas grades porque têm lá aqueles que incomodam a sociedade”. E acrescenta: “graças a Deus, em Portugal não há prisão perpétua e as pessoas não podem iludir-se que os reclusos ficam lá eternamente. Eles voltam para a sociedade”. A reinserção social ou inserção dos reclusos – sublinha o Pe. João Gonçalves – “é difícil porque a sociedade resolveu coloca-lhes um rótulo e muitos deles nunca estiveram inseridos na sociedade”.