Nacional

Música litúrgica para hoje

Octávio Carmo
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O Santuário de Fátima promoveu no passado fim-de-semana um Congresso Internacional sobre o órgão na Liturgia, juntando especialistas nacionais e internacionais para responder a uma série de desafios que a música sacra enfrenta nos nossos dias. O mote do encontro «O órgão e a liturgia, hoje» foi dado pelo Reitor do Santuário, Pe. Luciano Guerra, ao perguntar: “Será que continua a ser função das igrejas, mesmo das maiores, manter viva a antiga música de órgão?”. O problema não foi contornado pelos conferencistas, conscientes de que, após o Concílio Vaticano II, o concerto não pode ter lugar durante a liturgia e a liturgia não pode ser convertida em concerto. A questão foi mesmo abordada desde um ponto de vista positivo: “pela introdução do vernáculo e com isso do canto do povo, permitindo a sua participação activa tão necessária, a Igreja confessa a multiplicidade das culturas e das suas expressões musicais, tanto no canto da assembleia como no acompanhamento instrumental” realçaram os participantes. Com estas alterações a Igreja “descobriu que tem um papel na vida musical, também fora da liturgia” e os artistas descobriram que podem relacionar-se com a Igreja como “parceiros de diálogo”. Outra das conclusões do encontro tem a ver com a necessidade de uma abertura maior relativamente às possibilidades da técnica, em solidariedade para com as igrejas mais pobres, o que pode passar pela adopção de soluções electrónicas em contraposição aos tradicionais órgãos de tubos.


Música Sacra