Iniciativa da Paróquia de Campanhã já dura há 18 anos
A Paróquia de Santa Maria de Campanhã, no Porto, promove, mais uma vez, o «Natal dos Sós», destinado a todos aqueles que não têm com quem passar a noite em que se celebra o Nascimento de Jesus.
A noite de Natal é, por tradição, tempo de encontro familiar mas, são muitos os que nessa noite estão sozinhos. Assim, “ao celebrar Jesus, que quando nasceu estava só, sentimos que a melhor forma de o celebrar é olhar para os sós do tempo de hoje e temos consciência de que a solidão nesta noite é muito mais dura de viver”, disse à Agência ECCLESIA o Pe. Fernando Milheiro, pároco de Campanhã.
A área geográfica onde se insere a comunidade paroquial de Campanhã “é uma área onde existe muita solidão, muitas pessoas idosas”, refere o sacerdote, pessoas essas muitas vezes «esquecidas» por filhos que foram trabalhar para longe ou por uma perda de sensibilidade de apoio aos pais”, sublinha o Pe. Fernando.
Esta iniciativa realiza-se naquela paróquia desde 1987, e quase todos os anos o número de participantes cifra-se entre as 50 e 60 pessoas. Hoje, terça feira, ainda são poucos os inscritos, mas segundo o pároco de Campanhã, “normalmente as inscrições surgem quase à última hora, porque estas pessoas ficam à espera de uma outra hipótese familiar, o que muitas vezes não acontece”, salienta o sacerdote. “Mas quantos menos tivermos, melhor! É sinal de que há menos gente só,” destaca.
Chegado o dia 24 e esgotadas todas as hipóteses de família, estes homens e mulheres, sós, recorrem, então, “mesmo sem inscrição” ao «Natal dos Sós», da Paróquia de Campanhã.
A celebração do Natal decorre de maneira familiar, com o acolhimento pela Fraternidade Nun’Álvares, no Patronato, às 17H, é entregue um cartão de identificação, apenas com o primeiro nome escrito, nada é perguntado sobre a vida familiar e é oferecida uma prenda de Natal e, às 19 horas, faz-se a evocação do Natal de Jesus. A Ceia é servida às 20H e segue-se então um momento de convívio até às 22H. O regresso acontece pela mão dos «Anjos do Natal» ou seja, por gente que deixa, por um momento, a sua família em casa para prestar este serviço de transportar cada um dos «sós» até à sua própria casa.