Nacional

Não às pregações «almofadadas»

Luís Filipe Santos
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Pediu-se numa sessão dos «Diálogos com a cidade» sobre "Justiça e Paz"

A pobreza “não é uma fatalidade” por isso os cristãos “devem empenhar-se na denúncia das desigualdades” e “cooperar com a sociedade civil no combate à pobreza” – disse Manuela Silva, vice-presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, na sessão de ontem (8 de Novembro) dos «Diálogos com a cidade» sobre “Justiça e Paz”. Uma proposta do Congresso Internacional para a Nova Evangelização (ICNE), a realizar-se em Lisboa, de 5 a 13 de Novembro, para se aprofundarem questões fundamentais como o fenómeno das migrações, os actuais desafios da Justiça e da Paz e a aposta na defesa da vida na sua integridade. No debate sobre «Justiça e paz», Manuela Silva referiu que o amor cristão leva à “denúncia da pobreza” e recordou que “mais de um bilião de pessoas vivem em pobreza absoluta”. As desigualdades são frequentes e a pobreza na cidade tem “diferentes rostos”. E adianta: “é nas cidades que se concentram os maiores índices de pobreza”. Fragilidades com vários rostos e em vários grupos. Ao fazer referência ao “grupo heterogéneo” dos sem-abrigo e mendigos, Manuela Silva sublinhou que existe a “ideia errada que eles vivem na rua porque querem”. A pobreza visível não está apenas neste grupo mas também nos “moradores em habitações precárias”, “nas mulheres com baixos rendimentos”, “nos idosos com reformas pequenas” e “nas crianças de rua”. Perante estes dados, a vice-presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz pediu aos cristãos que “abrissem as janelas dos corações” e “deixassem as pregações almofadadas”. Só examinando as “práticas da vida”, os cristãos “fomentam a inclusão social”. As “chagas sociais” não podem ser resolvidas apenas “pelo Estado” – realçou Pedro Vaz Patto, outro conferencista desta secção dos «Diálogos com a cidade».


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