Natal alentejano
Os bonecos de Estremoz, em barro cozido e polÃcromo, dão vida a um dos presépios mais conhecidos do paÃs, com várias figurinhas profano-religiosas. Ainda hoje prestigiados artesãos ceramistas e barristas continuam a concebê-los num estilo muito próprio, numa diversidade de modelos, dimensões e cores.
Os presépios caseiros davam origem a visitas à s casa na vizinhança. Em Elvas era habitual entoarem-se cânticos natalÃcios acompanhados pela “Roncaâ€, um instrumento semelhante à zabomba espanhola.
Este instrumento pode ser feito de uma panela de barro, cântaro de lata ou de um pote.A ronca leva uma pele a tapar a boca do recipiente, no centro da qual há uma cana.
A qualidade da pele é muito importante por causa do som. Por isso se usam peles de cabra ou borrego, e ainda de bexiga de porco.
A Missadura
Da preparação da mesa para a véspera de Natal fala-nos longamente o livro “Etnologia do Natal Alentejanoâ€, (PESTANA, M. Inácio, Portalegre 1978).
Em algumas terras do distrito de Évora, tanto quanto é possÃvel, faz-se a matança do porco antes do Natal, para se assegurar o abastecimento da “missaduraâ€. Esta missadura (Consoada) ocorre em cada lar logo a seguir à missa do galo e na sua ementa inclui-se toda a variedade de carne de porco.
A Consoada é a seguir à Missa de Natal porque até lá o que se come propriamente ao jantar do dia 24 de Dezembro nas casas alentejanas é a sopa de cação, pescada frita, bacalhau, ou outro peixe, acompanhado com batatas, couve-flor ou grelos. Esta regra tem a ver com o antigo preceito da abstinência, que embora já exista na liturgia ainda é respeitada por muitos.
“Quem não jejua dos Santos ao Natal, ou é besta ou animalâ€, dizia um velho ditado popular.
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