O Dia Diocesano da Comunicação Social, que marca também a celebração do aniversário do jornal “a defesa”, realizou-se no passado sábado, na sede do jornal diocesano, promovido pelo Departamento Diocesano de Comunicação Social. Um dia que ficou marcado por uma reunião com alguns dos responsáveis de alguns jornais da nossa diocese.
O Pe. António Salvador dos Santos, director de “a defesa” e presidente da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã (AIC), falou das dificuldades que se avizinham para a imprensa regional, nos próximos tempos. Dificuldades que já se começam a fazer sentir, depois de ter sido retirada uma percentagem do Porte Pago aos títulos. “Sabemos”, continuou, “que a nova legislação vai terminar com os apoios à Imprensa. A partir de 2006 haverá uma diminuição substancial dos apoios, por isso temos de nos preparar”. Uma das formas que assume essa preparação é a promoção de uma gestão empresarial dos títulos existentes, bem como a fusão de alguns títulos, criando jornais mais fortes e competitivos e que possam fazer face às dificuldades que se aproximam.
O director do jornal diocesano defendeu que nenhum jornal de inspiração cristã acabe, até para que a Igreja tenha um espaço onde possa dar as suas “boas notícias”, já que nos grandes títulos “a Igreja só é notícia quando há polémicas negativas”.
Para que alguns títulos não morram, há que pensar em parcerias. Mas esta ideia mereceu alguma resistência, porque as “populações se revêem no jornal da sua terra”, e não gostariam de deixar de o ter, como ele é.
Ideia que remeteu para outras possibilidades de parcerias, como sendo uma rede de informações entre todos os jornais da diocese, que possa ser utilizada por qualquer jornal da mesma área, já que “há noticias que interessam a todos”.
Apesar das dificuldades de que se falava, o Pe. Manuel Vieira, director do Departamento de Comunicação Social da Arquidiocese, referiu alguns aspectos positivos, como sejam a melhoria gráfica de alguns jornais, nos últimos meses, como são o “Boa Nova”, “O Montemorense”, o “Arauto da Padroeira”, o “Altitude” ou o “Jornal de S. Brás”, que demonstram melhorias substanciais, não apenas no grafismo mas também nos conteúdos.
Referiu ainda números, referindo que “na diocese há 37 títulos de inspiração cristã registados, mas alguns já estão inactivos e outros são inconstantes na periodicidade”. Ainda assim, citando apenas 9 títulos, disse haver uma tiragem média de 30 mil exemplares por mês, o que é um número significativo e que demonstra a importância destes jornais para as populações.
Manuel Vieira sublinhou a necessidade de trabalhar em rede, abrindo canais de comunicação entre os vários jornais, optimizando os recursos e a divulgação dos conteúdos. Lançou também a proposta de uma rede de jornais de implantação ao nível concelhio, de forma que todos os vinte e quatro Concelhos do território
da Arquidiocese pudessem ter o seu jornal marcadamente local, mas com alguma dimensão e qualidade, articulados entre si e ao jornal diocesano, de carácter regional.
Outra das apostas parece ser a da formação. Para além de o Departamento de Comunicação Social estar aberto a pedidos de apoios para a compra de equipamento tecnológico, quer também apostar na formação daqueles que trabalham por “carolice” nos jornais, mas tantas vezes nunca tiveram formação adequada.
A proposta agradou à maioria dos presentes, ficando a vontade de realizar, em Évora, alguns cursos de formação.
D. Amândio Tomás, bispo auxiliar de Évora encerrou a reunião, dirigindo palavras de estímulo a todos os que trabalham neste sector.
O Encontro terminou com o almoço em que estiveram presentes não apenas os representantes dos jornais e rádios de inspiração cristã, mas outros colegas da comunicação social e representantes de diversas instituições e entidades da cidade.