Um pontificado que tem “Cristo ao centro de tudo e de todos” foi assim que Mons. Alfio Rapisarda, Núncio Apostólico em Portugal, definiu os 25 anos de pontificado de João Paulo II, na conferência de encerramento do ciclo “João Paulo II: 25 anos de pontificado”, dia 14 de Outubro, organizado pela Opus Dei, no Oratório de São Josemaría, em Lisboa. Antes dele, os outros papas recém-eleitos “limitaram-se a saudar a multidão com acenos de bênção e de saudação”, ele criou logo empatia com as pessoas ao pedir desculpa “por não falar a vossa... nossa língua”.
Um estilo e uma “linha programática que encontram a sua confirmação ao longo das celebrações do início do seu pontificado, com o amargurado apelo dirigido ao mundo: «não tenhais medo; abri as portas a Cristo»” – salientou o Núncio Apostólico. Este apelo inicial manteve-se ao longo do seu pontificado basta recordar “a Exortação Apostólica Pós-Sinodal «Ecclesia in Europa»”. Preocupado também com o futuro do Continente reunificado, “neste tão delicado momento de elaboração da Constituição Europeia”, João Paulo II alerta constantemente “a maior urgência que a Europa atravessa consiste numa necessidade acrescida de esperança para deste modo poder dar sentido à vida e à história. É preciso regressar a Cristo e voltar a partir dele” – disse Mons. Alfio Rapisarda.
No contexto hodierno, quando se destaca a tendência para reduzir o homem a “uma componente da natureza, negando substancialmente a sua especificidade e a sua transcendência”, João Paulo II não se cansa de insistir no valor da “pessoa e na defesa do sujeito humano «por aquilo que é e não por aquilo que tem” – sublinhou. O apelo para abrir as portas a Cristo, ao serviço do homem, “inicialmente considerado como um desafio aos regimes ateus do comunismo então imperantes, é igualmente válido para a civilização do consumismo também esquecida de Deus”. E reafirma: “no começo do meu Pontificado, convidei os fiéis reunidos na Praça de S. Pedro a abrir as portas a Cristo. Hoje repito o mesmo apelo ao velho continente: Europa, abre a porta a Cristo”.
