Fórum Europeu dos Leigos pede uma Europa mais livre e que expresse a Justiça Social
Este ano, Portugal recebeu o Fórum Europeu dos Leigos, uma iniciativa que começou em 1970 e tem percorrido vários países europeus. “As raízes espirituais e éticas do nosso compromisso nas sociedades europeias” foi o tema que congregou participantes de cerca de 25 países. Robert Corrins, Presidente do Fórum Europeu dos Leigos, disse à ECCLESIA que este encontro teve como objectivo central “partilhar experiências e estudar assuntos que são problemas em toda Europa, para ver se conseguimos ideias comuns para a igreja enfrentar estes diferentes assuntos”.
Com cerca de 100 participantes, esta iniciativa, realizada em Fátima, de 2 a 7 de Julho, trouxe ao nosso país várias culturas e diferentes línguas mas para além do continente que os une, une-os também a mesma fé. “Graças a Deus temos cristãos activos em todo o lado” – referiu Jorge Braga, director do Secretariado Nacional do Apostolado dos Leigos. Católicos inseridos em todos os ramos da sociedade mas empenhados na construção de uma Europa mais livre e mais justa. Reflexões que procuraram novos “caminhos da espiritualidade e da ética no compromisso na sociedade” – avançou Stefan Vesper, participante da Alemanha. Por sua vez Robert Corrins sublinha que os leigos devem estar atentos às novas realidades. “Nos últimos 25 anos temos estado mais envolvidos nas instituições da igreja - nas paróquias e nas dioceses - mas deveremos ter atenção, não apenas à estrutura da igreja (e não é uma questão de poder, ou retirar autoridade aos sacerdotes) mas à forma como os leigos podem desempenhar funções distintas nas comunidades”. Um testemunho de vida que possa contribuir para a “uma Europa livre e que expresse a justiça social em harmonia com a mensagem do Evangelho” – salientou o Presidente do Fórum Europeu dos Leigos.
Numa Europa cada vez mais alargada, os países de Leste e alguns países onde os católicos são uma minoria – caso da Suécia – também tiveram representantes. Neste país nórdico, com cerca de 145 mil católicos, na grande maioria imigrantes, a participante sueca, Birgit Lechat, afirma que naquele país “temos 80 nacionalidades diferentes e para nós esse é o grande desafio de viver em conjunto, com origens tão diferentes”. Católicos que vivem sobretudo nas grandes cidades ou então isolados em pequenas comunidades. Um exemplo para a sociedade “que nem sempre recebe bem” ao contrário da Igreja que sabe integrar “as diferentes culturas e os diferentes países”.
Na Ucrânia, a Igreja católica tenta esquecer os dias mais complicados. Agora é tempo de crescimento e de organização porque durante “o regime soviético a igreja católica estava escondida, a igreja oficial era a ortodoxa” – disse Olha Zarichynsha, daquele país de Leste.