50 Religiosas e consagradas de 20 Congregações e Institutos de todo o país estiveram reunidas, 5 de Junho, na Cidadela Arco-íris do Movimento dos Focolares para aprofundar o documento “A partir de Cristo” e o diálogo entre carismas
O diálogo entre carismas antigos e novos é uma experiência iniciada por Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, em Assis no mês de Setembro de 2000 com toda a família franciscana, e continuada em Trento nesse mesmo ano, com 140 religiosas de 45 congregações de todos os continentes. Porém, já desde as primeiras Mariápolis realizadas nas Dolomitas em Itália, que a presença dos religiosos e das religiosas era numerosa.
O diálogo tem continuado com numerosos outros encontros, como o congresso com os Beneditinos em Montserrat, Espanha, em Novembro de 2002.
O encontro realizado na Cidadela Arco-íris do Movimento dos Focolares pretende dar visibilidade, também em Portugal, da unidade já em acto, entre carismas.
O programa:
O encontro, que teve início às 11.00h e terminou pelas 18.00h, contou com a presença do Padre Alfredo Dinis, s.j., professor da Faculdade de Filosofia da Universidade Católica de Braga, que aprofundou o documento “Partir de Cristo” elaborado em Julho de 2002 pela Congregação para os Institutos de vida consagrada e as Sociedades de vida apostólica.
Seguiram-se várias intervenções de religiosas de várias congregações sobre o modo como vivem a espiritualidade de comunhão nas próprias comunidades e com outros carismas.
Foi aprofundada a espiritualidade de comunhão que o Movimento dos Focolares testemunha no mundo inteiro, através das respostas dadas por Chiara Lubich a um grupo de bispos reunidos no centro do Movimento em Fevereiro de 1996 e do discurso feito na Abadia Beneditina de Montserrat em Novembro de 2002.
Algumas impressões:
Irmã Cármen Rosso, Servas Reparadoras de Nossa Senhora das Dores: «...Foi um programa feito por Jesus para mim... Jesus abriu-me uma estrada... Gostei muito do método de pôr as pessoas a falar, porque todos nós temos sempre algo para contar...».
Irmã Marta Lamas, das Missionárias do Coração de Jesus: «Para mim este encontro foi um Kairós muito forte... quando entro em contacto com o Movimento dos Focolares, sinto a beleza da Igreja como um jardim, e a beleza destas flores todas diferentes, que são os carismas.
Uma vez uma das irmãs que sabia que frequento os encontros com outros carismas, perguntou-me se não atrapalha... Não, eu volto mais “cabrini”, mais revigorada no meu carisma! Hoje eu senti isto muito forte. É um dom muito grande do Movimento para com a Igreja e as formas da vida consagrada.
Aprofundámos este documento na minha comunidade, no Brasil, mas hoje... a forma como o Padre Alfredo colocou os pontos chave do documento... deu-me uma luz nova... Pensei então: vou propor às irmãs a folha com esta síntese e procurar estudá-lo de novo na comunidade... descobri aspectos que não tinha descoberto... sobre a espiritualidade de comunhão e eu pensei: como é belo ler o documento assim nesta óptica. Para mim foi uma iluminação».
Irmã Eva Santos, das Filhas do Coração de Maria, provincial: «O Espírito segreda-nos e empurra-nos para este caminho de comunhão... se a Igreja não tem um rosto mais apreciado, mais atractivo para os homens e mulheres do nosso tempo, é porque nós falhamos muito ainda ao nível da comunidade... Cristo quer que sejamos um, também entre as nossas comunidades... a espiritualidade dos Focolares, o ideal da unidade, tem o condão de pôr em acção, de potenciar aquilo que de facto já está em nós... Este encontro veio-me confirmar esta necessidade de esforço de comunhão sobretudo de uma forma existencial, concreta... nós crescemos com o bem dos outros... Para dar continuidade a esta comunhão, penso que pelo menos um encontro anual se devia fazer com todas as congregações, seria importante estabelecer um diálogo com as pessoas que estiveram aqui pela primeira vez, por exemplo da minha congregação estiveram seis de uma comunidade, entre as quais estava a superiora. Deus fala-nos de muitas maneiras. Da mesma maneira que os Focolares podem enriquecer muito os vários carismas das várias congregações, por também os Focolares se enriquecem com o que recebem dos outros. As vocações são complementares, os carismas são complementares».