Nacional

O Seminário, Presbitério em gestação

Pe. Jorge Madureira
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Conclusões do Encontro Nacional dos Formadores dos Seminários

A Comissão Episcopal Vocações e Ministérios, sob a presidência de D. António Francisco dos Santos (Bispo-auxiliar de Braga), promoveu no Seminário Maior de Viseu mais um Encontro Nacional dos Formadores dos Seminários de Portugal, em que participaram mais de 70 formadores dos Seminários e Pré-Seminários das Dioceses de Portugal. Contou ainda com a presença de D. António Marcelino e de D. António Taipa, membros desta Comissão. De 30 de Agosto a 2 de Setembro os Formadores reflectiram sobre “O Seminário, Presbitério em Gestação”. A primeira parte dos trabalhos foi orientada pelo P. Lorenzo Trujillo Diaz (Reitor do Seminário de Ciudad Real – Espanha) que introduziu os participantes do Encontro nos fundamentos teológicos e históricos do Ministério Sacerdotal. Aclarações “básicas para entender a nova situação e a nova formação” requeridas pela reflexão posterior à Exortação Apostólica Pós-Sinodal Pastores dabo vobis e com o que daí advém para o entendimento do Presbítero e da Espiritualidade Sacerdotal Secular, no espaço da gestação desta realidade entendido por Seminário. Desafios novos que requerem tempo suficiente de fundamentação “para criar receptividade no sujeito, para o fazer viver a gratuidade, para moderar o seu tempus interior”. A manhã do terceiro dia foi orientada por D. Carlos Azevedo (Bispo-auxiliar de Lisboa), reflectindo sobre “A finalidade da formação para o ministério sacerdotal”. A sacramentalidade e “as implicações vitais de uma Igreja entendida como mistério, comunhão e missão” perpassaram a sua alocução, referindo os desafios da Nova Evangelização e da Espiritualidade. Na edição de 2004 deste Encontro, os Formadores dos Seminários junto com a Comissão Episcopal assumiram o compromisso da reelaboração das Normas Fundamentais para a Formação Sacerdotal nas Dioceses Portuguesas, que integre já a novidade da Pastores dabo vobis e o Magistério subsequente. Esta reflexão encontrou espaço em trabalhos de grupo por especialidades: Directores Espirituais, Pré-Seminários, Seminários Menores e Seminários Maiores. A terminar, o P. Luís Rubio Moran (Director Espiritual do Seminário Maior de Évora) reflectiu sobre as “Chaves de leitura e perspectivas formativas para os Formadores” apelando para a (re-)leitura do documento “Directrizes sobre a preparação dos Formadores nos Seminários” (1993) da Congregação para a Educação Católica. A formação dos Formadores dos Seminários não pode ser nunca descurada, antes deve encontrar um espaço significativo que favoreça a preparação daqueles a quem a Igreja incumbe de tal tarefa. Trata-se de um carisma e uma vocação e requer necessariamente que quem seja chamado adquira um “conhecimento de si mesmo”, das suas capacidades e funções, uma capacitação para o “conhecimento do candidato” como homem e crente, a segurança de um correcto conhecimento sobre a Teologia da Vocação e do Ministério Presbiteral e de uma pedagogia adequada. Em todo este elencar deixou uma especial referência aos “professores como educadores” dada a incidência de tempo e formação que têm junto dos seminaristas. A concluir os trabalhos, D. António Francisco dos Santos agradeceu a hospitalidade dos Seminários de Viseu e do seu Bispo, D. António Marto, e manifestou o seu apreço pelo modo participativo como decorreu o encontro, tempo para “ir ao essencial e sentir, rezar e trabalhar sabendo que o Seminário é o lugar e tempo por excelência em que se preparam os presbíteros da Igreja neste limiar do terceiro milénio”.


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