Depois de Roma e Lisboa, a exposição "As Formas do Espírito" talvez vá a Bruxelas
“Começa a existir um interesse crescente pelo património religioso” e, de modo significativo, “pelo património do Baixo Alentejo” – disse à Agência ECCLESIA José António Falcão, director do Departamento do Património Histórico e Artístico da diocese de Beja, a propósito do sucesso da exposição “As Formas do Espírito – Arte Sacra da diocese de Beja”. Este evento, patente ao público no Palácio Nacional da Ajuda, desde o dia 17 de Dezembro, prolongou a data de encerramento para o último dia deste mês. Durante estes meses, a exposição já recebeu cerca de 50 mil visitantes e terá, dia 15 e 23, visitas guiadas.
Depois de Roma e Lisboa, a exposição prepara-se para rumar até Bruxelas. “Temos um convite da União Europeia” mas “estamos a analisar a proposta com cuidado” porque existem compromissos com as instituições que “emprestaram as peças” – salientou. O seu acervo, que reúne cerca de 150 obras de arte, provenientes de igrejas, conventos, santuários e museus de praticamente todo o território da segunda diocese mais extensa de Portugal, oferece uma visão nova dos itinerários da espiritualidade alentejana. Uma zona que esteve, “durante muitos anos, esquecida” mas, actualmente, “olham-nos com mais interesse” porque “temos muitas potencialidades”- realça José António Falcão.
Depois da visita, o público manifesta “um sentimento de redescoberta” e de “surpresa”. As pessoas não imaginavam que a diocese de Beja, “apontada por muitos como a mais descristianizada e pobre do país”, fosse uma das “mais ricas ao nível patrimonial e histórico” – afirma o referido director. Para os alentejanos, a exposição é um “grande sentimento de orgulho”.
Para os próximos tempos, José António Falcão confessou à Agência ECCLESIA que o referido departamento está a preparar uma exposição itinerante, a inaugurar durante 2004, sobre “A criação do Mundo na Arte Religiosa”. Uma abordagem, onde “iremos trabalhar os sete dias da criação” –sublinhou.
