Referiu Eugénio da Fonseca nas Jornadas Teotonianas
Numa sociedade cada vez mais fechada com uma cultura dominante marcada pelo utilitarismo, individualismo, consumismo e outros ismos, a questão do voluntariado é cada vez mais premente porque vai permitir “desfazer as barreiras sociais” e “ser agentes de transformação” da própria sociedade, defendeu o presidente da Cáritas Nacional, Eugénio da Fonseca, na abertura das XV Jornadas Teotonianas que decorrem em Monção até ao dia 22 de Fevereiro.
Eugénio Fonseca, após ter estabelecido que o voluntário é aquele que dispensa contrapartidas financeiras e cuja preocupação maior é o bem do comum e da comunidade, sublinhou que o exercício desta actividade é “uma necessidade intrínseca ao ser humano”, apontando-a mesmo como “indispensável” caso contrário, sem esta entrega o homem não se realiza como tal. Na tentativa de traçar o perfil do voluntário, cujo o campo de acção é tão extenso quanto a nossa imaginação, Eugénio Fonseca apresentou a figura evangélica do Bom Samaritano, salientando que o voluntário “primeiro” foi Cristo. Este perfil “ideal” apresenta o voluntário como uma pessoa que “vê” a realidade na qual nada lhe é “indiferente”, num verdadeiro “amor” a essa realidade humana, tornando-a “próxima” na medida em que actua e interage com ela.
Esta sociedade que tanto precisa do voluntariado, paradoxalmente, “dificulta o seu exercício”, cuja primeira dificuldade é o tempo, depois o espírito defensivo com que se arma e, por último, a dificuldade da liberdade de optar.