No passado dia 4, dia da cidade de Coimbra, foi apresentada no mosteiro de Santa Cruz daquela cidade a 2.ª edição da obra do padre e artista Augusto Nunes Pereira, saída, primeiramente, no “Correio de Coimbra” e editada, em 1981, pela paróquia de Santa Cruz. “Do Cadeiral de Santa Cruz”.
A nova edição tem a chancela da Câmara Municipal de Coimbra e está integrada nas Comemorações do Centenário do Nascimento de Nunes Pereira, contando com prefácio de Marco Daniel Duarte, correspondente da Academia Portuguesa da História, e com introdução de Mário Nunes, presidente da Comissão das comemorações, e de Anselmo Ramos Dias Gaspar, pároco de Santa Cruz.
Na sessão de lançamento, presidida pelo Bispo de Coimbra, D. Albino Cleto, o autor do prefácio realçou sobretudo o importante labor de Nunes Pereira que, ao desenhar e analisar os pormenores das misericórdias do cadeiral, encontrou chaves de leitura que entrecruzam variados ramos do saber como a liturgia, a arte, a história, a mentalidade, a religião, a literatura, o teatro, a música, a cultura popular, a economia e a política: possuidor de conhecimentos naquelas áreas do saber, «ninguém como Augusto Nunes Pereira terá olhado tão de perto para o cadeiral de Santa Cruz».
Segundo Marco Daniel Duarte, esta edição deve fazer aparecer novos estudos que possam desenvolver as análises de Nunes Pereira e responder a interrogantes que o cadeiral de Santa Cruz ainda continua a levantar. Citando uma frase do livro ora reeditado, o especialista das áreas da Iconografia e da Iconologia afirmou que seria essa a esperança de Augusto Nunes Pereira, «deixando a outros e ao futuro a mais correcta leitura» dos trabalhos esculpidos no cadeiral de Santa Cruz de Coimbra.