A paróquia de São Miguel Arcanjo, na ilha de Santiago, em Cabo Verde, destinatária das renúncias quaresmais dos cristãos algarvios deste ano, tem prosseguido o seu projecto de construção do Centro Social e Paroquial. A obra, que teve início na passada quarta-feira de cinzas, continua a crescer e os paroquianos caboverdianos, apesar das dificuldades (sobretudo financeiras) não se têm poupado ao trabalho.
Segundo o padre Nuno Miguel, um dos missionários Espiritanos que trabalham na paróquia de São Miguel Arcanjo, o povo de Cabo Verde tem colaborado de forma «desinteressada e generosa».
«Fizemos uma escala de serviço diário, onde, por dia, trabalham umas 15 pessoas de todos os lugares e comunidades cristãs da nossa paróquia», elucida o sacerdote, acrescentando: «estamos também a promover, em toda a paróquia, a “Campanha de Cimento” com o objectivo de cada pessoa sentir-se na “obrigação” de oferecer um saco de cimento». «Isto, para que os membros da comunidade possam perceber que este projecto é uma obra deles e para eles», justifica o padre Nuno Miguel.
Neste momento, a obra encontra-se na fase do enchimento das placas da residência paroquial, após o que deverá proceder-se à constituição de duas equipas de pedreiros: uma para trabalhar na futura casa dos missionários do Espírito Santo e outra para continuar o trabalho, já iniciado, da construção das fundações e alicerces do futuro salão paroquial.
O sacerdote reconhece ainda que o ritmo da obra, por vezes, não é o ideal, mas mostra-se esperançado. De facto, as coisas vão prosseguindo, por vezes não ao ritmo que nós queremos, mas o importante é fazer bem, pois muitos me têm recordado que “a pressa é inimiga da perfeição”!», afirma o padre Nuno Miguel sublinhando que «as despesas têm sido enormes», sobretudo porque «os preços dos materiais em Cabo Verde são exorbitantes».
A contribuição dos cristãos algarvios para a construção do Centro Social e Paroquial de São Miguel Arcanjo, através das suas renúncias quaresmais deste ano, tem-se feito sentir e até ao momento a diocese algarvia recebeu já a quantia de 20 mil 722 euros de muitas das suas comunidades paroquiais.
Samuel Mendonça