A Obra Social Padre Miguel continua a lutar para erguer o Lar Social para a terceira idade. No dia dedicado ao patrono, Padre Miguel, e aos Pardais da Montanha, Nuno Vaz, presidente da direcção, relembrou que continuam a deparar-se com alguns problemas financeiros para concretizar-se o empreendimento.
“Temos encetado conversações com elementos ligados ao Governo actual para que nos seja inscrita a obra em Piddac, pedimos apenas uma pequena importância”, explicou o membro da direcção.
O empreendimento em causa, sem contar com os equipamentos, está orçado em cinco milhões de Euros e criaria 32 postos de trabalho, factores que, segundo Nuno Vaz, “em pouco tempo criarão o retorno do investimento, pois são 32 técnicos que deixam de estar em situação de desemprego”.
O presidente da Obra Social acredita que o Governo será sensível e pede apenas “que abram o Piddac, nem que seja com 500 Euros”. “Nós com a nossa garra, o nosso esforço conseguimos colocar o esqueleto de pé, gostaríamos que nos abrissem o Piddac por uma questão de segurança”.
Caso a obra não seja inscrita em Piddac, como pede o presidente da direcção, estão já pensadas outras formas de ultrapassar a situação, embora Nuno Vaz não queira adiantar mais sobre o assunto, sublinhando apenas que “a obra é irreversível”.
“Claro que assim sendo, não será tão social quanto queremos, mas voltará a essa vertente. Agora, nós estamos confrontados entre o fazer e não fazer”, explicou o presidente.
A situação de impasse, relativa ao lar social destinado aos idosos, está a levantar outro problema. Segundo Nuno Vaz, as obras relacionadas com o lar auto-sustentável já arrancaram mas estão em atraso, porque “o ideal seria arrancar com as duas obras em simultâneo”.
“O nosso problema é arrancar com o auto-sustentável e não arrancar com o lar social, porque senão os custos disparam”, explica o presidente da Obra Social.
O lar auto-sustentável, destinado a pessoas com mais posses, já tem algumas suites vendidas e, conforme diz Nuno Vaz, “a idade não espera, as pessoas estão a ficar preocupadas com o atraso”.
As obras envolventes à infra-estrutura já arrancaram e quem ali for “pode já ver obra feita”, nomeadamente a colocação de lancis e a definição de circuitos.
Os empreendimentos estão projectados para a Quinta dos Coelhos, junto ao Hotel São Lázaro, e envolvem uma área de 20 mil metros quadrados, dos quais cinco mil são destinados aos dois lares.
“Quem pode a quem precisa”
O dia dedicado ao benemérito Padre Miguel e aos Pardais da Montanha foi comemorado com um jantar – convívio onde se reuniram cerca de 700 pessoas.
E como é lema da instituição “quem pode a quem mais precisa”, o presidente garante que tudo foi pago pelos “amigos” e patrocinadores da instituição.
Conforme explica, “foi decidido que nem um cêntimo saísse da Obra Social. A festa tem sido sempre da responsabilidade de patrocinadores e entidades, as quais suportam todos os custos, compensando, por vezes, a nossa instituição”.
A instituição pretende, assim, homenagear o Padre Miguel “pela grande obra que fez desde o dia em que veio para a freguesia de Santa Maria”.
A instituição conta com cerca de 700 sócios pagantes e, só no ano passado, distribuiu mais de 25 mil refeições, mas, segundo o presidente, “não podemos ir mais longe do que aquilo que estamos a ir, porque não podemos entrar em ruptura financeira”.
Em todo o historial, a Obra Social Padre Miguel descobriu ainda um grupo desportivo fundado pelo benemérito, com escritura em Diário da República de 1950. “Era um grupo de futebol ao qual o Grupo Desportivo viria mais tarde buscar jogadores”, refere Nuno Vaz.
Para o futuro, o presidente garante apenas trabalho, “daremos tudo o que podermos a esta obra que foi já abraçada pela sociedade civil de Bragança”.
Carla A. Gonçalves, Mensageiro de Bragança