Como havíamos noticiado, o Domingo passado foi dia de Ordenações na diocese. Receberam Ordens de Presbítero- Iolando Pinto Pereira, natural do Pópulo, Alijó, e de Diácono dois jovens seminaristas: Carlos Manuel Ferreira Rodrigues, de Telões, Vila Pouca de Aguiar, e Leonel Dinis Alves Reis, da freguesia de Nozelos, Valpaços . Foram instituídos Leitores três alunos de Teologia: Hélder Norberto Pires de Magalhães, de Viade de Baixo, Montalegre, Nuno Fernandes Reis, de Nozelos, Valpaços e Pedro Rei Alves, de Beça Boticas, e instituído Acólito Delfim Manuel de Sousa Sexo, de Vassal, Valpaços.
A celebração decorreu na igreja da Senhora da Conceição, em Vila Real, cheia de fiéis vindos das paróquias da naturalidade dos jovens, mormente do neo sacerdote, P.Iolando. Presidiu o senhor Bispo da Diocese, D. Joaquim Gonçalves, e concelebraram o Vigário Geral da Diocese , Dr António de Castro Fontes, o Vigário Episcopal do Clero, Mons. Silvério Guimarães, os Reitores do Seminário de Vila Real e do Porto, Doutor Manuel Linda e Cón. Álvaro Mancilha, e outros membros da equipa formadora, os párocos do neo-sacerdote , dos dois Diáconos e dos cinco seminaristas instituídos em ministérios , e muitos outros padres da diocese.
Na homilia, o senhor Bispo disse que, «à maneira das famílias de sangue, aquela celebração trazia um enriquecimento à família diocesana, tornando-a mais estruturada e esperançada, bem carecida de sacerdotes» . A esse propósito fez um paralelo da Igreja com a Família: «A sociedade actual sofre uma crise de vocações ao sacerdócio, e sofre ao mesmo tempo uma crise de vocação ao casamento católico e à família, sem estabilidade dos pais nem vida de piedade. No fundo é a mesma doença. A Igreja e a Família caminham a par, e a sua doença e saúde influenciam-se mutuamente». No final esclareceria que há oito párocos com mais de oitenta e outros oito com idades próximas dos oitenta.
Comentando depois os textos do dia, dedicados à Mãe do Messias, lembrou que «o plano da salvação se faz através do homem Jesus, Deus encarnado, e continua a fazer-se de modo encarnado pela Igreja, pelos sacramentos e pelo sacerdócio. A salvação cristã não é um segredo ideológico, nem um mito, mas algo divino que passa pela história, de modo visível, humano»
Dentro do ano da Eucaristia, sublinhou a «necessidade de melhorar a celebração da primeira parte da Missa, a Liturgia da Palavra , proclamando-a com mais qualidade e interiorização, pois é uma parte ainda secundarizada na praxe pastoral por falta de tradição entre os católicos mais velhos e impreparação dos novos. O Messias, antes de ser o Cordeiro de Deus dado em alimento, é o Verbo, a Palavra, que se tornou perceptível aos homens». Lembrou que «a celebração da Eucaristia propriamente dita depende da assimilação da Palavra» e , a propósito, referiu que «o próprio amor humano vive sempre da partilha da palavra e diálogo dos casados antes de ser partilha do pão e da vida»
Sobre o mistério da humildade da Eucaristia ao lado da humildade do Natal, citou as palavras de uma carmelita: «o Deus que em Belém se apresentou humildemente como um menino , na Eucaristia é ainda mais humilde, fez-se «quase nada», escondido no pão e vinho consagrados. É preciso aprender a contemplar o mistério da Eucaristia, verdadeiro mistério da fé»
A propósito do «ano da Imaculada», lembrou a presença do nome de Maria na Eucaristia no acto penitencial , no Credo e na anáfora, como «aquela que ajuda na conversão, aquela que ajuda a acreditar, aquela que ajuda na transfiguração escatológica».
Exerceu o ministério de Diácono o Dr António Ferreira. O coro paroquial da Senhora da Conceição sustentou com júbilo o canto litúrgico.
No final foi servida no Seminário uma refeição aos padres e aos familiares dos jovens que receberam Ordens ou que foram instituídos em ministérios.
(O Director do Centro de Cultura Católica)
